0

Novo estudo indica que limite de 1,5°C pode ser insuficiente para conter derretimento de geleiras

Um estudo publicado nesta semana na revista Nature Communications aponta que o limite de 1,5°C para o aquecimento global, estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015 como uma meta “segura” para conter os impactos das mudanças climáticas, pode já não ser suficiente para evitar o colapso de geleiras e a consequente elevação do nível dos mares.

A pesquisa, conduzida por cientistas das universidades de Durham e Bristol, no Reino Unido, revela que mesmo esse patamar de aumento da temperatura representa riscos significativos e pode desencadear mudanças irreversíveis nos sistemas glaciais do planeta. O estudo sugere que seria necessário limitar o aquecimento a no máximo 1°C acima dos níveis pré-industriais para preservar as geleiras e mitigar os piores impactos climáticos.

“Os resultados mostram que estamos mais próximos do ponto de não retorno do que imaginávamos. A elevação do nível dos oceanos já está em curso, e pode se acelerar mesmo que cumpramos o Acordo de Paris”, alertam os autores.

Essas novas conclusões representam um duro golpe para a política climática global, que já enfrenta dificuldades em conter as emissões de gases de efeito estufa. A maioria dos países signatários do Acordo de Paris não está no caminho certo para cumprir sequer o limite de 1,5°C, e a meta mais ambiciosa de 1°C seria ainda mais desafiadora.

Especialistas afirmam que o estudo reforça a urgência de ações mais radicais e imediatas, como a transição acelerada para fontes de energia renovável, a proteção de ecossistemas e uma profunda transformação nos padrões de consumo e produção globais.

Em um contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos, os dados da pesquisa aumentam a pressão sobre líderes políticos e econômicos para que reconheçam a gravidade da crise e tomem medidas concretas antes que seja tarde demais.

Senado aprova afrouxamento de regras ambientais em meio a recorde de devastação florestal no Brasil

Artigo anterior

CNJ afasta juíza que impediu aborto legal de adolescente estuprada; desembargadora também será investigada

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Mundo