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Em meio ao aumento da desconfiança do mercado em relação à política fiscal, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defenderam a intensificação da agenda de revisão e corte de gastos. Os dois se reuniram pela manhã para tratar da pauta. Haddad disse que já existe uma equipe focada na revisão de gastos, mas garantiu que haverá, a partir de agora, uma intensificação nos trabalhos para que possa haver maior clareza na elaboração do Orçamento de 2025. Ele afirmou que está sendo feita uma reavaliação “ampla, geral e irrestrita das despesas do país”.

Além disso, Haddad mencionou que todas as propostas dos senadores para compensar a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores da economia serão processadas e que os Poderes vão chegar a um denominador comum rapidamente. Tebet disse haver margem para rever despesas e que o governo não quer aumentar a carga tributária.

Em evento no Rio, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também engrossou o coro em favor do controle de gastos e do compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Com isso, o dólar, que chegou a ser cotado a R$ 5,42, fechou a R$ 5,36.

O presidente Lula defendeu Haddad ontem, chamando-o de “extraordinário”. Para ele, Haddad tentou “ajudar os empresários” com a MP da Compensação, devolvida pelo Legislativo. Lula afirmou que o debate sobre desoneração agora depende do Senado e dos empresários. Pouco antes de deixar a Suíça rumo à Itália, Lula reiterou a Jamil Chade que seu foco “é o povo”. “O mercado deveria estar exigindo que o Banco Central baixasse os juros”, disse.

Depois de devolver a MP da Compensação, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reuniu-se com líderes da Casa para propor uma série de alternativas com o objetivo de resolver a previsão de rombo nas contas públicas causado pela desoneração. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), saiu da reunião com uma lista de propostas e as levou a Haddad. Ele será o relator do projeto, cuja autoria é de Efraim Filho (União-PB). A ideia é votar a proposta em 60 dias no Senado, antes de seguir para a Câmara.

Análises

Bruno Boghossian comenta que “Lula cruzou um oceano antes de lançar uma boia na direção de Haddad. Foi um aceno sutil, mas capaz de dar ao ministro um voto público de confiança que parecia estar em falta nos últimos dias. A declaração do presidente foi uma solução rápida e barata para aliviar ao menos parte do desgaste. Lula pode discordar de algumas ideias de Haddad, mas decidiu fazer um gesto miúdo para indicar que os dois continuam caminhando na mesma direção”.

Vera Magalhães ressalta que “o discurso de que o governo vai propor alternativas de ‘A a Z’ para reduzir gastos é uma reação ao mal-estar generalizado provocado nos meios econômicos e políticos pela desastrada MP. Resta saber se os ministros da equipe econômica terão o aval de Lula para essa empreitada”.

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