Lula tem até quarta (18) para decidir sobre “Dia da Amizade Brasil-Israel” em meio a tensões diplomáticas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até esta quarta-feira (18) para decidir se sanciona ou veta o projeto de lei que institui o Dia de Celebração da Amizade Brasil-Israel, a ser comemorado anualmente em 12 de abril. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional e aguarda agora o aval do Palácio do Planalto.

A data faz referência à criação da representação diplomática brasileira em Israel, em 1951. No entanto, a decisão ocorre em meio ao pior momento das relações bilaterais entre os dois países em décadas.

Desde outubro de 2023, com a intensificação dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, o presidente Lula tem feito duras críticas à ofensiva militar conduzida por Israel. Em fevereiro deste ano, o petista afirmou que o governo israelense pratica um “genocídio” e chegou a comparar a situação ao Holocausto judeu — o que gerou forte reação internacional e levou o governo de Benjamin Netanyahu a declarar Lula persona non grata. Na última sexta-feira (13), após o Brasil condenar novos ataques de Israel ao Irã, o país fechou sua embaixada e consulado no Brasil.

Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o posicionamento oficial sobre a sanção ou veto será divulgado apenas no prazo final, conforme determina a legislação.

Essa não é a primeira vez que o tema é discutido no Executivo. Em 2013, a então presidente Dilma Rousseff vetou um projeto semelhante que propunha o dia 29 de novembro como a data comemorativa. O motivo foi a coincidência com o “Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina”, definido pela ONU. Na época, o governo brasileiro sugeriu o dia 12 de abril como alternativa — proposta que agora está novamente em debate.

Com a decisão nas mãos de Lula, o impasse pode gerar novos desdobramentos diplomáticos e reacender a polêmica sobre o posicionamento do Brasil no atual conflito do Oriente Médio.