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Após dois anos de silêncio nos aniversários do golpe militar de 1964, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nas redes sociais sobre a data, lembrando a importância da democracia e dos direitos humanos. “Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro. E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver”, escreveu Lula. O presidente destacou ainda que “não existe, fora da democracia, caminhos para que o Brasil seja um país mais justo e menos desigual.”

A data de 31 de março, que marcou o início do golpe, e o dia 1º de abril, que simboliza a concretização do golpe de Estado de 1964, foram tradicionalmente lembrados por setores militares que ainda defendem a ação como um movimento de “revolução democrática”. No entanto, este ano, uma mudança significativa ocorreu: o Exército decidiu retirar as homenagens à data do golpe em Juiz de Fora, cidade histórica do movimento, de onde saíram os primeiros soldados para depor o presidente João Goulart.

Essa retirada das homenagens foi motivada pela decisão da Justiça, que acatou pedidos do Ministério Público Federal. O letreiro “Brigada 31 de Março”, que estava exposto no pátio da 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, foi removido, e o site da unidade também deixou de fazer referência ao “papel decisivo e corajoso na eclosão da revolução democrática”, uma definição que foi associada ao golpe. A ação do Judiciário representa um avanço no processo de revisão e contestação de narrativas que celebram o golpe como uma ação legítima, no momento em que o Brasil revisita sua história recente e busca consolidar o entendimento sobre os impactos do regime militar e as violações de direitos humanos.

O contraste entre a declaração de Lula e a retirada das homenagens pelo Exército reflete um cenário de tensão e polarização política, em que as diferentes versões sobre o golpe de 1964 continuam a gerar debates no Brasil.

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