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Fiocruz: jovens negros concentram 73% das mortes por violência e acidentes; mulheres e pessoas com deficiência também são alvos frequentes

Rio de Janeiro — Uma nova pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada nesta segunda-feira (26), revela um dado alarmante: jovens negros representam 73% dos óbitos por causas externas no Brasil, como violências, homicídios e acidentes. O estudo, baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisa o período entre 2022 e 2023 e escancara as profundas desigualdades raciais e sociais no país.

A pesquisa mostra que as causas externas — não naturais — são a principal razão de morte entre jovens, e que a desigualdade racial tem um peso central nesse cenário. A maioria dos jovens negros mortos é do sexo masculino e vive em áreas urbanas periféricas.

Outro dado preocupante é o aumento da violência contra mulheres jovens, que aparecem como principais vítimas de agressões no país, especialmente em ambientes domésticos. O estudo destaca ainda que pessoas com deficiência representam cerca de 20% das notificações de violência registradas no SUS, apontando para uma subnotificação histórica e a vulnerabilidade desse grupo.

Especialistas da Fiocruz alertam que os dados reforçam a necessidade urgente de políticas públicas intersetoriais, que envolvam saúde, educação, segurança e assistência social, com recorte racial, de gênero e de deficiência.

Segundo os pesquisadores, é necessário que os sistemas de informação em saúde sejam fortalecidos para monitorar e prevenir casos de violência, além de garantir acesso equitativo a serviços de proteção e cuidado, especialmente para os grupos mais vulneráveis.

O estudo reacende o debate sobre a violência estrutural no Brasil e a urgência de medidas que combatam o racismo, o machismo e a exclusão social de forma sistêmica.

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