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Jornalista acusa racismo institucional após abordagem no aeroporto de Porto Seguro; bagagem foi vistoriada sem presença da passageira

A jornalista Daniele de Jesus denunciou um caso de racismo institucional após ter sua bagagem vistoriada sem sua presença, no Aeroporto de Porto Seguro, no sul da Bahia. O episódio ocorreu no último sábado (12), quando ela retornava de uma viagem de trabalho ao lado de cinco colegas.

Segundo Daniele, um funcionário da Azul Linhas Aéreas suspeitou do conteúdo de sua mala e, alegando que o peso era incomum, decidiu levá-la para inspeção por raio-X em uma área restrita, sem permitir o acompanhamento da passageira. “Ele perguntou o que havia na minha mala e eu disse que tinha roupas, sapatos, objetos de uso pessoal e uma obra de arte. Mesmo assim, ele levou a mala sem me permitir acompanhar. Fiquei sem atitude, constrangida e com medo de que algo fosse inserido ali”, relatou.


Abordagem diferenciada e constrangimento

A jornalista destacou que seus colegas, todos viajando no mesmo voo, não foram abordados, o que reforça a percepção de discriminação. “Eu viajo o tempo todo a trabalho e nunca passei por isso. Nenhum dos meus colegas foi questionado. Só eu, uma mulher negra, fui tratada dessa forma”, afirmou.

A situação provocou um momento de tensão entre a passageira e o funcionário, que terminou com a presença do gerente da Azul. De acordo com Daniele, o gerente pediu desculpas e confirmou que nada de irregular foi encontrado na bagagem.

Ao desembarcar em Salvador, Daniele registrou um boletim de ocorrência. Ela destacou o impacto emocional causado pela situação: “Por mais preparada que uma pessoa esteja para lidar com o racismo, quando isso acontece com a gente, a gente ainda se sente impotente, sem reação. Foi humilhante e doloroso”.


Silêncio da companhia aérea

A reportagem do Correio entrou em contato com a Azul Linhas Aéreas, por meio de sua assessoria de imprensa, mas ainda não obteve resposta. A matéria será atualizada assim que houver um posicionamento oficial da empresa.

Também foi questionado às autoridades aeroportuárias qual é o protocolo adequado em casos de inspeção de bagagens consideradas suspeitas e se a presença do passageiro é obrigatória durante esse procedimento.

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