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Acordo entre Israel e Hamas prevê libertação de reféns e cessar-fogo em Gaza; Trump anuncia mediação

Após meses de impasse e negociações intensas, Israel e o Hamas chegaram a um acordo histórico que prevê a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e a suspensão das hostilidades na Faixa de Gaza. A informação foi anunciada nesta quinta-feira (9) pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que atuou como mediador das tratativas ao lado de Catar, Egito e Turquia.

O acordo, aguardado há quase dois anos desde o início da atual guerra entre Israel e o Hamas, poderá abrir caminho para um cessar-fogo duradouro e o início da reconstrução de Gaza. Segundo Trump, que usou sua plataforma Truth Social para divulgar a notícia, ambas as partes aceitaram a primeira fase do plano, que inclui a retirada das tropas israelenses até uma linha de segurança previamente acordada.

“Este é um GRANDE dia para o mundo árabe e muçulmano, para Israel, para todas as nações vizinhas e para os Estados Unidos da América. Agradecemos aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, que trabalharam conosco para tornar este evento histórico possível”, declarou Trump.

Ajuda humanitária e retorno dos reféns

Segundo comunicados divulgados por representantes do Hamas e do Catar, o acordo também permitirá a entrada de ajuda humanitária em Gaza, medida urgente diante da grave crise humanitária enfrentada pela população do território palestino.

Os detalhes específicos do pacto, como o cronograma da libertação e os termos exatos da troca de prisioneiros, ainda não foram divulgados oficialmente. No entanto, fontes próximas às negociações indicam que 48 reféns permanecem em Gaza, dos quais 20 são considerados vivos. A expectativa é de que os primeiros reféns possam ser libertados ainda neste final de semana, com possibilidade remota de que alguns sejam soltos ainda nesta quinta-feira.

O Hamas também se comprometeu a recolher os corpos dos reféns mortos para devolvê-los a Israel. Porém, autoridades israelenses admitem que o grupo pode não ter condições de localizar todos os restos mortais, devido à destruição em Gaza e à falta de informações precisas.

Reação em Israel e apoio político a Trump

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou o avanço nas negociações e afirmou que convocará o gabinete de governo ainda hoje para aprovar formalmente o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns. A votação está prevista para ocorrer ao meio-dia (horário de Brasília).

“Um grande dia para Israel. Amanhã convocarei o governo para aprovar o acordo e trazer todos os nossos preciosos reféns de volta para casa”, escreveu Netanyahu em sua conta na plataforma X (antigo Twitter).

Nas ruas de Israel, o anúncio foi recebido com comemorações emocionadas por familiares e apoiadores das vítimas. O líder da oposição israelense, Yair Lapid, elogiou a atuação de Donald Trump e sugeriu que o ex-presidente norte-americano receba o Prêmio Nobel da Paz, cujo anúncio está previsto para esta sexta-feira. “Não há ninguém que mereça tanto esse prêmio e a gratidão eterna do povo de Israel”, afirmou Lapid.

Perspectivas e cautela

Apesar do clima de otimismo, analistas e autoridades alertam para os desafios da implementação do acordo, especialmente em relação à recuperação dos corpos dos reféns mortos. Estimativas da inteligência israelense indicam que entre 7 e 15 corpos ainda estão desaparecidos, e o Hamas pode não saber a localização de todos.

O sucesso da primeira fase do acordo pode determinar os próximos passos rumo a uma paz mais duradoura no conflito israelense-palestino — que já deixou milhares de mortos, destruiu infraestruturas civis e provocou uma crise humanitária de grandes proporções na Faixa de Gaza.

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