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Em um movimento que eleva perigosamente a tensão no Oriente Médio, Israel realizou nesta terça-feira (10) um ataque aéreo contra líderes do Hamas em Doha, capital do Catar. A operação, inédita em território catariano, marcou uma escalada significativa no conflito e atingiu diretamente um dos principais mediadores nas negociações para o cessar-fogo em Gaza — além de um aliado estratégico dos Estados Unidos na região.

De acordo com o Hamas, embora seus principais líderes tenham escapado ilesos, o ataque resultou na morte do filho de Khalil al-Hayya, chefe das negociações do grupo, além de um assessor próximo e outros três integrantes da organização. O grupo classificou a ação como uma “violação flagrante da soberania catariana” e uma “tentativa de sabotar os esforços diplomáticos”.

O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, condenou o ataque, mas afirmou que o país continuará atuando como mediador no conflito entre Israel e o Hamas. No entanto, anunciou a criação de uma equipe legal para avaliar quais medidas podem ser tomadas em resposta à violação do território nacional. “O Catar não aceitará ser palco para a internacionalização do conflito e tomará todas as providências cabíveis”, declarou.

A ofensiva israelense representa um novo patamar na guerra, com potenciais desdobramentos diplomáticos graves. O Catar, além de sede de negociações entre o Hamas e Israel, abriga parte da liderança política do grupo palestino e mantém canais abertos com os Estados Unidos, o Irã e outras potências regionais. A presença de figuras do Hamas no país sempre foi motivo de críticas por parte de Israel, mas o ataque direto em solo catariano eleva o risco de ruptura em relações estratégicas delicadamente mantidas até agora.

A resposta de Washington ao episódio ainda não foi oficialmente divulgada, mas analistas apontam que o incidente coloca os EUA em uma posição difícil: pressionado a apoiar Israel, mas também interessado em manter sua aliança com o Catar, que abriga bases militares americanas e é peça-chave nos esforços diplomáticos.

Enquanto isso, o cenário em Gaza permanece crítico, com milhares de mortos e uma crise humanitária cada vez mais grave. O ataque em Doha, ao atingir não apenas alvos do Hamas, mas também a estabilidade diplomática regional, pode dificultar ainda mais qualquer perspectiva de trégua no curto prazo.

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