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Após mudar de nome e reajustar os preços das diárias em impressionantes 9.000%, o antigo Hotel Nota 10 — agora rebatizado como Hotel COP30 — ainda não fechou nenhuma reserva para os dias da Cúpula do Clima da ONU, que acontece em novembro, em Belém (PA). Com 17 quartos disponíveis e localizado na capital paraense, o estabelecimento decidiu apostar alto no evento, mas até agora não conseguiu atrair hóspedes.

O aumento nas tarifas surpreendeu o setor de turismo. Antes da mudança, o hotel praticava preços populares. No entanto, diante da expectativa de alta demanda durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, os proprietários multiplicaram o valor das diárias por 90. A estratégia, até o momento, não deu retorno.

Sem conseguir locar os quartos individualmente, os donos do Hotel COP30 agora buscam um novo plano: alugar o prédio inteiro para alguma delegação estrangeira que participe do evento. A proposta é negociar diretamente com representantes de países que comparecerão à conferência, oferecendo exclusividade e estrutura adaptada para receber autoridades e técnicos durante a cúpula.

O caso se tornou emblemático da especulação hoteleira observada em Belém desde que a cidade foi anunciada como sede da COP30. Relatos de aumentos abusivos em diárias, aluguéis temporários e pacotes turísticos têm gerado críticas de entidades do setor e autoridades locais, que temem que o movimento afaste visitantes ou prejudique a imagem da cidade como anfitriã do evento global.

A Cúpula do Clima da ONU deve reunir dezenas de chefes de Estado, milhares de delegados e membros da sociedade civil de todo o mundo. A expectativa é de que o evento movimente a economia local, mas também exige planejamento e responsabilidade dos setores envolvidos, especialmente o hoteleiro.

Enquanto isso, o Hotel COP30 permanece vazio, à espera de uma delegação disposta a pagar caro para garantir hospedagem exclusiva — e tentando transformar uma aposta de marketing ousada em oportunidade real de negócios.

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