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Quase dois anos após os ataques de 7 de outubro de 2023 e a subsequente ofensiva militar de Israel sobre a Faixa de Gaza, fontes próximas ao Hamas reconhecem que o grupo islâmico perdeu o controle sobre quase 80% do território palestino. Segundo relatos de um oficial do movimento, que falou sob condição de anonimato, cerca de 95% dos líderes do Hamas foram mortos durante bombardeios israelenses, e a infraestrutura administrativa da região, antes sob comando do grupo, foi completamente destruída.

Ainda de acordo com a fonte, o vácuo de poder está sendo ocupado por grupos armados locais, muitos dos quais estariam sendo financiados por Israel. A desorganização interna e a perda de liderança enfraqueceram significativamente a capacidade de governança e resistência do Hamas, que agora demonstra disposição para aceitar os termos de um cessar-fogo.

Pressão por trégua e movimentações diplomáticas

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está em Washington nesta segunda-feira (7), onde se encontra com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Após liderar um controverso bombardeio ao Irã, Trump intensificou os apelos por uma trégua imediata na Faixa de Gaza. Fontes diplomáticas confirmam que o presidente norte-americano apresentou uma proposta de cessar-fogo ao Hamas na semana passada — proposta esta que teria sido aceita pelo grupo.

Como parte das negociações, Israel enviou uma delegação ao Catar no domingo (6), com o objetivo de discutir os termos finais do acordo. O emirado do Golfo tem atuado como mediador frequente entre as partes envolvidas no conflito.

Conflito devastador e impasse político

Desde o início da ofensiva militar israelense, a Faixa de Gaza tem enfrentado uma crise humanitária sem precedentes. A destruição em larga escala e o bloqueio ao fornecimento de alimentos, medicamentos e energia agravaram ainda mais a situação da população civil.

Em entrevista ao programa Diálogos com a Inteligência, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), a pesquisadora Monique Sochaczewski traçou um panorama histórico do conflito entre Israel e palestinos. Doutora pelo CPDOC/FGV, Sochaczewski explicou os fundamentos políticos e territoriais do impasse, reforçando que a escalada atual é consequência de décadas de ocupação, resistência e falhas diplomáticas.

Caminho incerto

Apesar da possibilidade de trégua, analistas alertam que o cenário segue volátil. O enfraquecimento do Hamas pode abrir caminho para outros grupos extremistas ou levar ao aumento da influência israelense sobre o território, o que, segundo especialistas, comprometeria ainda mais qualquer perspectiva de uma solução de dois Estados.

A eventual aceitação do cessar-fogo pode representar uma inflexão no conflito, mas os termos do acordo e o futuro político de Gaza seguem indefinidos.

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