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A reafirmação do governo dos Estados Unidos da imposição de tarifas comerciais generalizadas sobre produtos chineses, seguida pela resposta contundente de Pequim, provocou um colapso nas bolsas de valores internacionais neste fim de semana, gerando tensões e críticas, inclusive entre apoiadores do presidente Donald Trump. O impacto foi imediato e global, com mercados caindo vertiginosamente, refletindo as graves repercussões da escalada da guerra comercial.

Neste domingo (6), o Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, publicou um editorial que reafirmava a posição de Beijing, garantindo que a China possui “uma forte capacidade de enfrentar a pressão do bullying tarifário dos EUA”. O editorial indicou que o governo chinês não recuaria diante da imposição de tarifas retaliatórias de 34% sobre os produtos americanos, intensificando ainda mais o clima de incerteza nos mercados.

Mercados Internacionais em Colapso

A reação dos mercados foi dramática. A bolsa de Frankfurt, na Alemanha, abriu a semana com uma queda de 9%, enquanto o índice FTSE, de Londres, registrava um recuo de 5%. Na Ásia, a situação foi ainda mais crítica: a Bolsa de Tóquio precisou acionar o circuit breaker quando o índice Nikkei 225 despencou 12,4%. Ao final do pregão, a queda foi de 7,68%, com empresas como a gigante Sony sofrendo perdas de até 10%. Na China, a queda das ações da Alibaba, que afundaram 14%, puxou para baixo as bolsas de Xangai e Hong Kong, que encerraram o dia com quedas de 7,3% e 13,22%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, o cenário também é sombrio. Os índices futuros do mercado indicavam uma queda generalizada, com contratos do S&P 500 apontando um recuo de 4,7% e os da Nasdaq, voltados para tecnologia, caindo 5,2%. O banco de investimento Goldman Sachs revisou suas previsões de recessão, aumentando de 35% para 45% as chances de a economia americana entrar em uma crise econômica. Em resposta, Trump declarou que “às vezes é preciso tomar um remédio para consertar algo errado”, minimizando os impactos da crise.

Críticas Crescentes, Até entre Aliados

Dentro do próprio círculo de aliados de Trump, as tarifas comerciais geraram críticas. Bill Ackman, bilionário e um dos mais fervorosos defensores de Trump em Wall Street, usou sua conta no X (antigo Twitter) para questionar a eficácia das tarifas, afirmando que elas desestabilizam a confiança no comércio internacional e desestimulam os investimentos externos nos Estados Unidos. Ackman pediu que Trump adiasse as cobranças das tarifas por 90 dias, a fim de permitir uma negociação mais eficaz com os parceiros comerciais.

Medos de Recessão e Incertezas no Setor Financeiro

O fim de semana nas bolsas de valores dos Estados Unidos foi marcado por pânico e incertezas. O mercado de ações experimentou um declínio de 10% em apenas dois dias, o que só foi superado pelo colapso do Lehman Brothers durante a crise de 2008. No entanto, a grande diferença em relação à última crise financeira global é que, desta vez, o setor financeiro não conta com a expectativa de um resgate imediato. “A dor é auto infligida” por Trump, afirmou Mike Edwards, consultor de investimentos, que passou o fim de semana em contato com outros investidores preocupados com os rumos da economia.

Defesas do Governo Trump e Resistência à Crítica

Por outro lado, autoridades do governo Trump bombardearam as redes de televisão no domingo (6) para defender as tarifas, argumentando que os impostos de importação já estavam forçando dezenas de países a negociarem com os Estados Unidos. A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, afirmou à CNN que 50 países estavam tentando estabelecer contato com a Casa Branca para resolver a situação. O conselheiro sênior da Casa Branca, Peter Navarro, pediu na Fox News para que investidores e a população não “entrem em pânico”. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também refutou as previsões de recessão feitas por economistas e bancos, minimizando os riscos de uma crise econômica iminente.

Com a continuação da guerra comercial e a incerteza crescente sobre as repercussões econômicas, os mercados globais estão em alerta máximo, enquanto investidores e analistas tentam entender até onde as tarifas e as tensões comerciais afetarão a estabilidade da economia mundial.

Fonte: SECOM

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