0

O governo do ex-presidente Donald Trump voltou a tensionar o cenário acadêmico e diplomático internacional com uma medida inédita: a proibição da presença de estudantes estrangeiros em cursos de graduação e pós-graduação na Universidade de Harvard. O anúncio, feito pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), cita acusações graves contra a universidade, afirmando que ela estaria “acolhendo agitadores antiamericanos e pró-terroristas” e “coordenando ações com o Partido Comunista Chinês”.

De acordo com a decisão, os mais de 6.500 estudantes estrangeiros atualmente matriculados em Harvard — oriundos de 140 países — terão que se transferir para outras instituições ou correm o risco de perder seus vistos de estudante. A medida é vista como mais um capítulo na política migratória e educacional restritiva promovida por Trump, que tem reiterado ataques a instituições de ensino de elite, acusando-as de promover uma “agenda antiamericana”.

A acusação de conivência com antissemitismo no campus surge após episódios de tensão envolvendo protestos pró-Palestina em diversas universidades dos EUA, incluindo Harvard, que foram interpretados por setores conservadores como ameaças à comunidade judaica. A universidade nega veementemente as acusações e classifica a medida como “um ataque direto à liberdade acadêmica e à diversidade intelectual”.

Paralelamente, em um processo judicial separado, o juiz distrital Jeffrey S. White, de Oakland (Califórnia), bloqueou uma tentativa do governo Trump de cancelar o status legal de estudantes internacionais em todo o país. A decisão do magistrado impede, por ora, que o governo prenda, detenha ou deporta estudantes com base apenas em seu status migratório, enquanto tramita na Justiça uma ação que questiona medidas anteriores de cancelamento de vistos.

A sentença de White estabelece um respiro temporário para estudantes estrangeiros afetados por decisões semelhantes, mas não altera, por ora, a medida específica contra Harvard, que poderá ser judicialmente contestada pela universidade ou por entidades de defesa dos direitos civis e educacionais.

Organizações acadêmicas e diplomáticas internacionais já manifestaram preocupação com o impacto da medida, alertando para uma possível fuga de talentos e danos à imagem dos Estados Unidos como destino de excelência no ensino superior. A embaixada da Alemanha e representantes da União Europeia emitiram notas pedindo revisão da decisão e expressando solidariedade aos estudantes estrangeiros afetados.

Com a tensão crescendo entre o setor educacional e o governo federal, Harvard estuda medidas legais para reverter a decisão e garantir a permanência de seus alunos internacionais, considerados essenciais para o ambiente acadêmico e a pesquisa científica da instituição.

PT não vai barrar PL do Licenciamento na Câmara, mas governo cogita vetos; Marina Silva critica projeto com veemência

Artigo anterior

Pesquisa revela que 1 em cada 4 brasileiros já foi afetado por tragédias ambientais; Sul concentra maior número de impactados

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Notícias