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A agora ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez sua primeira declaração oficial na segunda-feira, ao assumir o cargo no Palácio do Planalto. Em um cenário político desafiador, marcado por desconfiança tanto do Centrão quanto do mercado financeiro, ela prometeu ser a responsável pela articulação política entre o governo e o Congresso. A expectativa é que, ao ocupar o cargo, Gleisi consiga promover um ambiente de cooperação e diálogo.

No discurso de posse, Gleisi fez questão de ressaltar que deixaria para trás as rusgas do passado, especialmente em relação à sua postura mais combativa enquanto presidia o PT, o que incluía críticas à figura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Chego para somar. Foi essa missão que recebi e pretendo cumprir num governo de ampla coalizão, dialogando com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e movimentos”, afirmou. A ministra também fez questão de se posicionar ao lado de Haddad, destacando sua disposição em ajudar na consolidação das pautas econômicas do governo: “Estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas desse governo”, disse.

Como uma das suas principais prioridades, Gleisi mencionou a necessidade de garantir uma “base estável” no Congresso, com foco na votação do Orçamento de 2025. A cerimônia de posse também foi marcada pela presença de Alexandre Padilha, que assumiu o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade, num movimento que muitos veem como um reforço à base petista.

Essas trocas de ministros acontecem em meio a ajustes no governo, com o objetivo de tentar reverter a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pressão por mais espaço no governo, especialmente por parte de partidos do Centrão, se faz sentir, e a expectativa é que novas mudanças sigam esse mesmo direcionamento.

Embora Lula não tenha discursado durante a cerimônia, deixou a tarefa de atrair aliados para Gleisi e Padilha, ambos responsáveis por conquistar o apoio necessário no Congresso. Padilha, inclusive, fez um gesto de aproximação ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, de quem foi alvo de críticas públicas no passado.

A troca de ministros também gerou reações em relação à gestão de Nísia Trindade, que, ao se despedir do cargo, fez duras críticas à campanha misógina que sofreu durante seu período à frente do Ministério da Saúde. “Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade”, disse Nísia, se posicionando contra esse tipo de ataque político.

Para o analista Joel Pinheiro da Fonseca, ao trazer Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, Lula reforça uma tendência de maior presença do PT no governo, o que pode afastar a ideia de uma “frente ampla” e fortalecer ainda mais a ala petista dentro da administração federal. Em sua análise, a mudança sinaliza que o governo Lula se torna ainda mais alinhado com seu partido de origem.

Com esses ajustes, o cenário político tende a continuar dinâmico, à medida que o governo tenta conciliar a articulação política com a necessidade de responder à pressão dos aliados no Congresso. A definição de uma base sólida será crucial para os próximos passos do governo.

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