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O financiamento para projetos de energia renovável no Brasil atingiu R$ 32,5 bilhões em 2024, um crescimento de 6,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Clean Energy Latin America (CELA). O avanço foi impulsionado principalmente pela energia solar, que recebeu R$ 23,8 bilhões — um salto de 30% — e consolidou sua liderança entre as fontes limpas no país.

Do total investido em solar, 47% foram destinados a sistemas de geração própria em telhados e terrenos, enquanto 8% foram para usinas de geração distribuída, modalidade que tem ganhado força com a descentralização da matriz energética e o aumento da adesão por consumidores residenciais, comerciais e rurais.

Em contrapartida, o setor de energia eólica sofreu uma retração significativa. Os aportes caíram quase 30% em 2024, somando R$ 8,7 bilhões. A queda é atribuída, em parte, à redução dos financiamentos provenientes de bancos públicos como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco do Nordeste (BNB), que historicamente têm sido importantes fontes de crédito para projetos de grande porte no setor.

A composição do financiamento revela uma diversificação relevante das fontes de recursos. O mercado de capitais foi responsável por 43% do total investido, sinalizando maior confiança dos investidores privados no setor. Os bancos de desenvolvimento responderam por 32%, e os bancos privados, por 25%.

Segundo analistas da CELA, o crescimento dos investimentos em energia solar reflete não apenas a atratividade econômica da fonte, cujos custos continuam em queda, mas também o amadurecimento do marco legal da geração distribuída no país. Já no caso da eólica, a expectativa é que o setor se recupere gradualmente, à medida que novas linhas de crédito sejam reestruturadas e projetos offshore avancem.

O cenário de 2024 mostra que, apesar dos desafios pontuais, o Brasil segue expandindo sua matriz limpa, alinhado aos objetivos da transição energética. No entanto, especialistas alertam que a continuidade do crescimento dependerá de políticas públicas estáveis, linhas de crédito acessíveis e regulação clara para atrair novos investidores.

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