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Um estudo inédito realizado por pesquisadores de oito países da bacia amazônica, com participação de destaque do Brasil, revelou que as terras indígenas desempenham um papel crucial na proteção da saúde pública em toda a região amazônica. Publicado nesta quinta-feira (11) na prestigiada revista científica Communications Earth & Environment, do grupo Nature, o trabalho analisou dados de 1.733 municípios e avaliou 27 condições de saúde distintas.

A conclusão é clara: municípios localizados próximos a terras indígenas apresentam taxas menores de enfermidades, especialmente aquelas associadas a fatores ambientais, como doenças cardiovasculares e respiratórias. Estas doenças, geralmente agravadas por queimadas, desmatamento e contato com vetores como animais silvestres e insetos, demonstraram menor risco de aumento em áreas com proteção territorial indígena.

Segundo os pesquisadores, a manutenção das terras indígenas contribui diretamente para a estabilidade dos ecossistemas locais, ajudando a evitar eventos como incêndios florestais e desequilíbrios ambientais que impactam negativamente a saúde humana.

Saúde e meio ambiente: uma conexão direta

O estudo reforça o que ambientalistas e especialistas em saúde pública já vinham apontando: a saúde humana está diretamente ligada à preservação ambiental, especialmente na Amazônia, onde o impacto das ações humanas sobre o território tem consequências imediatas para a população.

“Áreas sob gestão indígena são mais eficazes na contenção do desmatamento e de queimadas, fatores que estão entre os principais responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias, especialmente entre crianças e idosos”, diz um trecho do artigo.

Além das doenças respiratórias e cardiovasculares, os pesquisadores também observaram menor incidência de enfermidades infecciosas nas proximidades de terras indígenas, o que pode estar relacionado à maior biodiversidade e menor presença de vetores nocivos à saúde em ecossistemas preservados.

Reconhecimento internacional e implicações políticas

A publicação em uma revista do grupo Nature confere prestígio e visibilidade global ao estudo, que deve influenciar futuras políticas públicas de saúde, meio ambiente e proteção dos povos indígenas. Especialistas alertam que ameaças a essas terras — como o avanço do garimpo, grilagem e desmatamento — não afetam apenas os direitos dos povos originários, mas também colocam em risco a saúde de milhões de pessoas que vivem na Amazônia.

Em um momento em que o mundo enfrenta crises ambientais e sanitárias de grandes proporções, o estudo surge como um chamado à valorização do conhecimento tradicional e da conservação ambiental como estratégia de saúde pública.

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