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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (19) que se licenciará de seu mandato e se mudará para os Estados Unidos, onde reside desde fevereiro. A decisão, segundo ele, está relacionada a uma suposta perseguição política e à investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eduardo afirmou temer ser preso por ordem do STF e criticou a atuação do ministro, chamando-o de responsável por uma “gestapo da Polícia Federal”.

O parlamentar, que foi o terceiro deputado federal mais votado de São Paulo nas eleições de 2022, com 741.701 votos, explicou que a licença do mandato será temporária, e que abrirá mão de seu salário de R$ 46.366,19 enquanto estiver fora do país. Eduardo, no entanto, não esclareceu por quanto tempo pretende morar nos Estados Unidos.

Após o anúncio, o deputado afirmou que pretende pedir asilo político aos EUA, alegando que o Brasil não é mais uma democracia, uma vez que, segundo ele, um parlamentar não deveria perder seu passaporte por causa das opiniões que expressa. “Não vou me sujeitar a isso e ficar no cabresto de Alexandre de Moraes”, disse Eduardo, destacando sua intenção de representar os interesses de seus eleitores.

Por outro lado, Alexandre de Moraes indeferiu o pedido do PT para a apreensão do passaporte de Eduardo, concordando com a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que argumentou que não havia “elementos informativos mínimos” para enquadrar o deputado em crimes contra a soberania nacional ou tentativa de obstrução da Justiça.

A declaração de Eduardo gerou especulações políticas sobre suas motivações. Vera Magalhães, comentarista política, levantou a hipótese de que a atitude de Eduardo poderia ser uma preparação para uma fuga ou uma tentativa de asilo político para o ex-presidente Bolsonaro. Por outro lado, outros analistas acreditam que a decisão de Eduardo seria uma reação à frustração por não ter sido indicado para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, cargo que almejava.

Este movimento ocorre em meio a um cenário de crescente tensão política, com a investigação sobre os atos golpistas de janeiro de 2023 e o alinhamento de alguns membros do governo Bolsonaro com projetos legislativos nos EUA que visam impedir a entrada de Moraes no país.

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