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Na próxima quarta-feira (8), o Brasil marcará o segundo aniversário do ataque mais grave à sua democracia desde o fim da ditadura militar. Naquela data, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em uma tentativa de golpe. Desde então, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem trabalhado para fortalecer a ordem democrática, enviando ao Congresso, em julho de 2023, dois projetos de lei conhecidos como o “pacote da democracia”. As propostas aumentam as penas para crimes contra a democracia e tornam mais ágil a apreensão de bens dos envolvidos em atos antidemocráticos.

No entanto, como aponta a Coluna do Estadão, esses projetos enfrentam resistência, principalmente do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Quase um ano e meio depois de serem apresentados, os projetos continuam paralisados, sem sequer serem enviados às comissões para análise, o que levanta dúvidas sobre o real comprometimento do Congresso com a proteção das instituições democráticas.

Apesar dessa estagnação legislativa, o presidente Lula seguirá com suas iniciativas em prol da memória do ataque de 2023. No próximo dia 8, ele organizará uma cerimônia para lembrar os dois anos da tentativa de golpe. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o evento incluirá a abertura de uma exposição no Palácio do Planalto, com 21 peças destruídas no ataque e recentemente restauradas. Além disso, Lula conduzirá uma solenidade com os presidentes dos Três Poderes e governadores, seguida por um abraço simbólico à Praça dos Três Poderes, organizado por movimentos sociais.

Enquanto isso, a situação política continua marcada por polêmicas. A defesa do ex-deputado Daniel Silveira (PL-RJ), preso por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entrou com um pedido para que ele seja solto com base no indulto de Natal assinado por Lula em dezembro de 2023. Embora Silveira tenha sido solto temporariamente antes de retornar à prisão por descumprir restrições, seus advogados argumentam que ele cumpre as condições para ser incluído no benefício, já que estava em livramento condicional quando o decreto foi assinado e ainda restam menos de seis anos para o fim de sua pena. Contudo, o decreto de Lula especifica que o indulto não se aplica a condenados por crimes contra a democracia, o que gera mais um impasse jurídico no cenário político atual.

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