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Filiados do Partido dos Trabalhadores (PT) foram às urnas neste domingo (6) em todo o país para eleger o novo presidente da legenda, que deve comandar os rumos da sigla durante a provável campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo, no entanto, foi parcialmente comprometido pela suspensão da eleição em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do Brasil.

A disputa no estado foi interrompida após uma decisão da executiva regional, que alegou não haver tempo hábil para incluir o nome da deputada federal Dandara Tonantzin nas cédulas de papel. Ela havia sido inicialmente impedida de concorrer sob a justificativa de “inadimplência nas contribuições partidárias”, mas reverteu a decisão na Justiça na noite de sábado (5).

A suspensão da votação mineira deve atrasar o anúncio do novo comando nacional do PT, já que o resultado final depende da apuração dos votos em todos os estados. Ainda não há nova data definida para o pleito em Minas Gerais, o que gera incerteza sobre o calendário do partido.

Votação marcada por articulações rumo a 2026

A escolha do novo presidente nacional do PT ocorre em um momento estratégico: caberá ao futuro dirigente conduzir a legenda na articulação política e eleitoral para a campanha presidencial de 2026, em que Lula é apontado como possível candidato à reeleição.

O próprio presidente votou no Rio de Janeiro, onde participa da Cúpula do Brics. Ele tem evitado declarações públicas diretas sobre a disputa interna, mas interlocutores afirmam que Lula acompanha de perto o processo e tem interesse em manter a unidade da legenda para o próximo ciclo eleitoral.

Disputa e tensões regionais

A suspensão da eleição em Minas evidencia tensões regionais dentro do partido. Dandara Tonantzin, uma das jovens lideranças do PT mineiro e nome de destaque na Câmara dos Deputados, representa uma ala do partido que busca renovação e mais protagonismo para mulheres e negros na direção partidária.

A decisão de impedi-la inicialmente de concorrer causou reação de militantes e lideranças nacionais, que enxergaram a manobra como tentativa de enfraquecer correntes mais progressistas dentro da legenda. O episódio aumentou o desgaste interno e poderá repercutir na composição da futura direção.

Próximos passos

Com a votação encerrada nos demais estados, a expectativa é de que a contagem parcial avance nos próximos dias. A nova data da eleição mineira deve ser definida ainda nesta semana.

Independentemente do resultado, o processo revela as disputas internas do PT às vésperas de um novo ciclo eleitoral e os desafios de manter coesão em um partido que, mesmo no poder, segue dividido entre tradição e renovação.

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