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O presidente argentino Javier Milei sofreu um duro revés político neste domingo (7) com a vitória da oposição peronista nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a mais populosa e estratégica do país. O Partido Justicialista (PJ) obteve 46,93% dos votos, consolidando a liderança do atual governador Axel Kicillof, que agora surge como um dos principais nomes da oposição para a disputa presidencial de 2027.

A coalizão governista, La Libertad Avanza (LLA), liderada por Milei, ficou em segundo lugar com 33,83%, resultado que expõe os limites do apoio ao presidente em meio à implementação de sua agenda de reformas econômicas ultraliberais. Apesar da derrota, Milei afirmou que não irá recuar. “Seguiremos com as reformas estruturais necessárias para libertar a economia argentina”, declarou, em tom desafiador.

Kicillof, por sua vez, celebrou a vitória como um “freio popular” às políticas de austeridade do governo federal. “A Argentina precisa de crescimento com justiça social, não de um ajuste permanente que castiga os mais vulneráveis”, afirmou o governador, que reforça sua posição como liderança nacional dentro do peronismo.

A província de Buenos Aires, que concentra cerca de 40% do eleitorado argentino, é historicamente decisiva nos rumos políticos do país. A vitória peronista ali pode sinalizar uma reorganização das forças políticas em nível nacional, com a retomada do protagonismo por parte da oposição, que até então buscava se reestruturar após a derrota nas eleições presidenciais de 2023.

Para analistas, o resultado também indica um enfraquecimento do discurso antipolítica e da aposta em soluções radicais. “Essa eleição mostrou que a rejeição ao peronismo não é automática e que Milei terá dificuldades para manter uma base sólida se os resultados econômicos não aparecerem”, avaliou o cientista político Martín Rodríguez.

Em meio a um cenário econômico ainda instável e com resistência crescente às medidas de corte de gastos e privatizações, o governo Milei deverá enfrentar uma oposição mais fortalecida e articulada. A corrida para 2027 já começou, e Axel Kicillof parece disposto a liderá-la.

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