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Brasília vive um novo pico de tensão política nesta quarta-feira (6), após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Com o tarifaço norte-americano já precificado pela classe política brasileira, a capital federal se viu dominada por uma crise institucional que reacende o confronto entre os Três Poderes.

No retorno dos trabalhos legislativos pós-recesso, deputados e senadores da oposição instalaram um motim no Congresso Nacional, ocupando as mesas diretoras da Câmara e do Senado e prometendo obstruir votações. A exigência é clara: só haverá avanço nos trabalhos caso sejam pautados o impeachment de Moraes e a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

O movimento é liderado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Em tom de ultimato, Flávio apelidou a série de reivindicações de “pacote da paz”, que inclui ainda o fim do foro privilegiado como tentativa de “restabelecer o diálogo” entre os Poderes da República.

A resposta da cúpula do Congresso foi imediata. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), classificou o protesto como “autoritário” e, junto com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, optou por cancelar as sessões legislativas desta terça-feira (5), ampliando o impasse político.

Do exterior, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em entrevista à colunista Bela Megale, declarou que está trabalhando para que o ex-presidente Donald Trump imponha novas sanções ao Brasil. Eduardo foi enfático: “Ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou volto à política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio.” Ele também afirmou que Alcolumbre e Motta (Arthur Lira) “estão no radar” do governo norte-americano por não pautarem o impeachment de Moraes.

No Palácio do Planalto, o clima é de cautela. A orientação, liderada pelo secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira, é evitar qualquer declaração que reforce a narrativa de perseguição política contra Bolsonaro, atualmente promovida por aliados no exterior. Em evento oficial em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguiu a recomendação e se recusou a comentar o caso.

A tensão é percebida inclusive dentro do STF. Segundo a colunista Mônica Bergamo, a decisão de Moraes gerou desconforto entre alguns ministros da Corte, que avaliam que a medida pode fragilizar ainda mais o Supremo. Há, inclusive, quem defenda a possibilidade de reversão da prisão domiciliar.

Já a jornalista Malu Gaspar aponta que a eventual flexibilização das medidas contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), também envolvido nos atos antidemocráticos, pode ser a chave para distensionar o Congresso e permitir a retomada dos trabalhos legislativos.

A crise, portanto, segue sem solução clara, com a oposição pressionando, o Supremo dividido e o governo buscando manter a estabilidade institucional em meio ao furacão político que se instalou no país.

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