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Perdeu quem apostou que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros traria alguma trégua às já tensas relações entre Brasília e Washington. Nesta quinta-feira, o ex-presidente americano Donald Trump reacendeu os ataques ao governo brasileiro, classificando o Brasil como um parceiro comercial “horrível” e denunciando o que chamou de “execução política” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante uma conversa com repórteres no Salão Oval da Casa Branca, Trump não poupou elogios a Bolsonaro e reforçou sua posição. “Eu conheço esse homem, e vou te dizer: sou bom em avaliar as pessoas. Acho que ele é um homem honesto”, afirmou o ex-presidente republicano, sinalizando apoio ao aliado brasileiro.

A resposta veio rápida. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas, reafirmando o compromisso do Brasil com o comércio justo, mas deixando claro que não aceitará submissão. “O Brasil é um bom parceiro comercial, mas não vai andar de joelhos para o governo americano. Se os Estados Unidos não quiserem comprar, o Brasil não vai ficar chorando. Vamos buscar outros mercados”, declarou Lula, em tom firme.

A escalada de tensão ganhou um novo capítulo com uma postagem polêmica da Embaixada dos EUA no Brasil, que classificou o programa Mais Médicos como um “golpe diplomático”, anunciando que os Estados Unidos irão penalizar todos os envolvidos. No Palácio do Planalto, cresce a expectativa de que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ex-presidente Dilma Rousseff sejam os próximos alvos das sanções americanas.

Em meio à crise, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve em Washington, onde se reuniu com assessores próximos de Donald Trump. Acompanhado do blogueiro Paulo Figueiredo, Eduardo apresentou um relatório com críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal e do governo Lula frente às sanções e tarifas impostas pelos EUA. Segundo ele, mesmo após Alexandre de Moraes ter sido incluído na Lei Magnitsky — um instrumento de sanções internacionais —, instituições financeiras brasileiras ainda permitem suas movimentações bancárias.

A visita de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos provocou forte reação no Planalto. O presidente Lula acusou o parlamentar de traição à pátria e pediu publicamente sua cassação. “Ele foi para lá instigar os americanos contra nós. Esta é a verdadeira traição da pátria. Não dá para a gente ficar quieto”, afirmou Lula, visivelmente irritado. O deputado está fora do Brasil desde março.

O cenário atual aponta para uma crise diplomática crescente entre os dois países, com desdobramentos políticos internos e externos que prometem tensionar ainda mais o ambiente nos próximos meses.

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