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A COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, chegou ao fim após duas semanas de intensas negociações, com um acordo que promete um financiamento de ao menos US$ 300 bilhões por ano até 2035 para ações de mitigação da mudança climática em países em desenvolvimento. No entanto, o valor foi amplamente considerado insuficiente, pois fica aquém dos US$ 1,3 trilhão que economistas afirmam ser necessários para lidar com a crise climática de maneira eficaz. A Índia, por exemplo, classificou o acordo como uma “ilusão de ótica”, e pequenas nações chegaram a abandonar as negociações em protesto diante da falta de compromissos mais robustos.

Simon Stiell, chefe da ONU para o clima, declarou que “não é hora para voltas da vitória”, reconhecendo a insuficiência do acordo e a necessidade urgente de ações mais substanciais. Por outro lado, o comissário climático da União Europeia, Wopke Hoekstra, procurou acalmar os países menores, expressando confiança de que seria possível alcançar a meta de US$ 1,3 trilhão.

Em meio à frustração, Ashish Ghadiali destacou que mais de 1.700 lobistas de combustíveis fósseis atuaram dentro e ao redor da COP29, superando o número de delegados dos dez países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Ele apontou que o processo da ONU sobre clima foi “sequestrado por interesses corporativos” e reduziu a conferência a um palco para “greenwashing”, um termo utilizado para descrever ações que simulam compromisso ambiental sem mudanças substanciais. Ghadiali também ressaltou, no entanto, que houve indícios de avanços em áreas como a descarbonização do transporte marítimo e da energia, além de novos mecanismos financeiros que poderiam ajudar a enfrentar os impactos do colapso climático.

Daniela Chiaretti, jornalista especializada em questões ambientais, observou que a COP29 terminou de forma melancólica, com uma enorme responsabilidade transferida para o Brasil, que sediará a COP30 em 2025. O governo brasileiro terá o desafio de convencer os países a adotarem compromissos mais ambiciosos em relação aos cortes de emissões, à ajuda internacional e à justiça climática, enquanto tenta reunir os fragmentos do que sobrou do frágil acordo de Baku.

O consenso entre analistas é claro: a COP29 não trouxe as soluções imediatas e necessárias para conter a crise climática global. Agora, a COP30 será um momento crucial para que os países tomem medidas mais audaciosas e busquem realmente transformar o sistema financeiro e energético global para um futuro mais sustentável.

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