0

O Congresso Nacional aprovou recentemente um projeto de resolução que, segundo críticos, dribla a transparência imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à autoria das emendas parlamentares. O projeto, elaborado pelas mesas da Câmara e do Senado, foi resultado de um acordo entre o Congresso e o STF para dar mais visibilidade às emendas, mas ainda assim permite que os parlamentares ocultem os autores originais dessas emendas, através da indicação por suas bancadas partidárias. Essas emendas de comissão e de bancada estadual poderão ter apenas a assinatura do líder da sigla, sem revelar o nome do parlamentar responsável pela proposta.

Essa brecha gerou descontentamento entre parlamentares contrários à medida, que argumentaram que o projeto foi protocolado com menos de 24 horas de antecedência, sem o devido tempo para análise e discussão. Apesar dos protestos, o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), manteve a votação, que foi aprovada por ampla margem. A medida, que altera a forma como as emendas parlamentares são indicadas, permite que os parlamentares continuem a fazer uso das emendas sem a devida identificação do autor original.

Em outra decisão relevante do STF, a Corte decidiu que as alterações nas “sobras das sobras” — o processo de distribuição das cadeiras remanescentes nas casas legislativas — devem ser aplicadas nas eleições de 2022, e não a partir de 2024, como havia sido estabelecido anteriormente. Essa decisão alterará a atual composição da Câmara dos Deputados, trocando sete parlamentares. A Justiça Eleitoral e a Câmara agora farão os cálculos dos votos e analisarão quem entra e sai devido à mudança no critério de divisão das cadeiras.

Além disso, a nova decisão do STF abre a possibilidade para que todas as legendas e candidatos participem da distribuição das cadeiras remanescentes, independentemente de terem alcançado os 80% e 20% do quociente eleitoral exigidos. Isso poderá ter um impacto significativo nas futuras eleições e no cálculo da representação política no Congresso.

A aprovação do projeto sobre as emendas e as mudanças na distribuição das cadeiras geram um debate intenso sobre a transparência, a legitimidade do processo eleitoral e a possível manipulação de recursos parlamentares.

Supremo Tribunal Federal Decide se Bolsonaro e Aliados se Tornam Réus por Tentativa de Golpe de Estado

Artigo anterior

Davi Alcolumbre Pede Cassação de Deputado Após Provocação de Gustavo Gayer; Lula Enfrenta Críticas e Queda na Avaliação do Governo

Próximo artigo

Você pode gostar

Comentários

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais sobre Política