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Com a proximidade da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas marcada para novembro de 2025, Belém do Pará enfrenta uma crise de hospedagem que já começa a impactar não só delegações internacionais, mas também os próprios moradores da cidade. Como solução emergencial, o governo brasileiro contratou dois navios de cruzeiro internacionais que, juntos, poderão acomodar mais de 6 mil pessoas.

Apesar de oferecerem um alívio à escassez de quartos, os navios ficarão atracados a cerca de 20 quilômetros do local oficial do evento, separados por vias estreitas e com pouca infraestrutura urbana. A logística do transporte das delegações entre os navios e a sede da conferência, considerada um dos maiores desafios operacionais da COP30, ainda está em fase de planejamento.

Segundo dados oficiais, até o momento, apenas 47 dos 196 países esperados para participar das negociações climáticas confirmaram presença com hospedagem garantida. O número revela a dimensão do impasse, provocado, em grande parte, pelos altos preços cobrados por hotéis durante os dias do evento.

A escalada dos preços também afeta diretamente os moradores de Belém. Com a supervalorização temporária dos imóveis, diversos proprietários estão rescindindo contratos de aluguel antecipadamente para disponibilizar suas casas a preços inflacionados durante o período da conferência. Como resultado, dezenas de inquilinos relatam terem sido notificados para desocupar os imóveis, com pouco tempo para encontrar nova moradia.

Especialistas alertam para os riscos sociais e reputacionais dessa situação. “É fundamental que o Brasil, enquanto anfitrião da COP30, não apenas garanta a infraestrutura para os visitantes, mas também proteja os direitos dos moradores da cidade-sede”, avalia um urbanista consultado pela reportagem.

A COP30 é considerada um evento-chave para o debate global sobre a transição energética e a justiça climática, e deve atrair líderes de Estado, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo. A expectativa é que mais de 50 mil pessoas passem por Belém durante os dias da conferência.

O governo federal e o governo do Pará prometeram novos anúncios em breve sobre soluções complementares de hospedagem e mobilidade. Enquanto isso, cresce a pressão para que medidas de proteção à população local sejam adotadas com urgência.

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