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O primeiro dia do cessar-fogo entre Irã e Israel trouxe uma cena curiosa: ambos os lados se declararam vitoriosos. Em Tel Aviv, o premiê Benjamin Netanyahu classificou os ataques como uma “vitória histórica” contra seu principal inimigo na região. Já em Teerã, manifestações oficiais celebraram o desfecho do conflito como uma conquista iraniana. Apesar da retórica triunfalista, os dois governos seguiram trocando ameaças — e o temor de novos ataques permanece.

A tensão chegou a um ponto crítico na manhã de segunda-feira, quando Donald Trump teve uma conversa ríspida com Netanyahu ao saber que aviões israelenses estariam a caminho de novos bombardeios. Segundo a imprensa israelense, a ordem de ataque foi abortada após o telefonema do presidente americano.

Ainda assim, a guerra de 12 dias, que Trump propôs batizar de “Guerra dos 12 Dias”, parece ter terminado sem um vencedor claro. Um relatório confidencial da inteligência dos EUA, vazado à imprensa, revelou que o programa nuclear do Irã não foi destruído, apenas adiado por alguns meses. O documento contrariou a narrativa da Casa Branca de que o Irã havia perdido toda sua capacidade de enriquecimento de urânio.

Diante da repercussão, Trump teve que ajustar seu discurso ao chegar à cúpula da OTAN na Holanda. Apesar de manter o tom de vitória, reconheceu que a capacidade atômica do Irã foi apenas “atrasada em décadas”, e não eliminada. Em tom informal, comparou os países a “garotos brigando no pátio da escola”.

A breve trégua também evidenciou os limites da guerra moderna, mesmo com domínio aéreo. Analistas e oficiais militares concordam: sem tropas no terreno, é impossível garantir o alcance de objetivos estratégicos mais ambiciosos, como o desmonte completo de estruturas nucleares subterrâneas.

No fim, a guerra entre Irã e Israel deixa um saldo ambíguo: mais incertezas do que resultados concretos, e a constatação de que, mesmo com alta tecnologia, os conflitos seguem imprevisíveis e difíceis de controlar.

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