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O Censo Escolar 2024, divulgado pelo Ministério da Educação, mostra avanços importantes na educação pública brasileira, mas também evidencia desafios persistentes no cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Um dos destaques positivos é o crescimento do número de alunos do Ensino Médio em tempo integral, que alcançou 1,56 milhão de estudantes, três vezes mais que os 477 mil registrados em 2014. No entanto, o número representa apenas 23,1% do total de matrículas dessa etapa, ainda abaixo da meta de 25% estipulada pelo PNE até 2024.

Outro dado preocupante refere-se ao ensino técnico, que não atingiu a previsão de 4,8 milhões de alunos. No ano passado, apenas 2,38 milhões estavam matriculados em cursos técnicos no país, evidenciando um ritmo lento de expansão na formação profissional de nível médio.

O cenário também é desafiador para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). O Brasil, que ainda possui mais de 9,3 milhões de analfabetos com mais de 15 anos, reduziu as vagas na modalidade: de 3,2 milhões para 2,3 milhões ao longo da última década. O encolhimento levanta preocupações sobre o acesso e a efetividade das políticas voltadas à alfabetização e à inclusão de adultos no sistema educacional.

Em contrapartida, o atendimento na educação especial registrou um salto significativo. Impulsionado principalmente pelo aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o total de matrículas de estudantes da educação especial mais que dobrou: foi de 930,6 mil em 2015 para 2,07 milhões em 2024. O número reflete tanto o avanço nas políticas de inclusão quanto a necessidade de ampliar o suporte pedagógico e estrutural nas escolas públicas.

Especialistas apontam que, embora o crescimento em áreas como o tempo integral e a educação especial seja relevante, os números indicam que o Brasil não conseguirá cumprir integralmente várias metas do PNE, cujo ciclo se encerra este ano. O governo federal promete reforçar os investimentos e reavaliar estratégias para garantir a continuidade e o aperfeiçoamento das políticas educacionais no próximo ciclo de planejamento.

O Ministério da Educação ainda deve apresentar, nas próximas semanas, um relatório de avaliação final do PNE 2014-2024 e uma proposta de revisão para o novo plano nacional, com metas atualizadas e diretrizes para os próximos dez anos.

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