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A BYD rompeu contrato com a Jinjiang Construction Brazil, empresa terceirizada responsável pela obra de construção de uma unidade da fabricante de automóveis na Bahia, após denúncias graves de trabalho análogo à escravidão. A acusação envolve 163 trabalhadores chineses, que foram resgatados pela Polícia Federal em 23 de dezembro em Camaçari, em condições degradantes de trabalho.

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Em um vídeo divulgado pela Jinjiang Construction Brazil no dia 26 de dezembro, a empresa negou as acusações e afirmou que os trabalhadores não viviam em condições precárias. Na gravação, um funcionário lê uma carta conjunta na qual afirma que a empresa agiu sempre dentro da legalidade e que as acusações de “escravidão” violam a dignidade dos trabalhadores. Ele também explica que os passaportes dos funcionários foram temporariamente retidos para regularização da documentação e que a empresa garantiu o retorno dos trabalhadores à China.

No entanto, o Ministério Público do Trabalho (MPT) refutou essas alegações e afirmou que os trabalhadores foram vítimas de tráfico internacional de pessoas. Segundo o MPT, os 163 funcionários tiveram seus passaportes retidos pela empresa, foram submetidos a condições de trabalho extremamente precárias e viveram em alojamentos com camas sem colchões, banheiros insuficientes e refeitórios sem higiene adequada. Os auditores fiscais também relataram que os trabalhadores enfrentaram jornadas exaustivas de até 10 horas diárias, sem folgas regulares, e descansaram sobre materiais de construção, sem qualquer conforto.

O MPT apontou ainda que os funcionários pagavam caução, tinham 60% dos salários retidos e recebiam apenas 40% do pagamento em moeda chinesa. Além disso, eram submetidos a ônus excessivos para rescisão contratual, o que dificultava o retorno ao seu país de origem. Também foram registrados casos de acidentes de trabalho, como um acidente ocular não tratado adequadamente e outro envolvendo privação de sono, provocada pelas longas jornadas.

A BYD, após o resgate dos trabalhadores, informou que os operários foram levados para hotéis e que a empresa encerrou o contrato com a Jinjiang Construction Brazil. A situação levanta sérias questões sobre a exploração de trabalhadores estrangeiros no Brasil, especialmente em grandes obras, e a necessidade de um maior controle sobre as condições de trabalho e imigração no país.

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