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Samba e saudade marcam despedida de Arlindo Cruz no Rio de Janeiro

Foi ao som do samba que o Brasil se despediu, neste domingo (10), de Arlindo Cruz, um dos nomes mais importantes da história do gênero. O cantor, compositor e multi-instrumentista morreu na sexta-feira, aos 66 anos, no Rio de Janeiro, vítima de falência múltipla dos órgãos. Seu velório, realizado na quadra do Império Serrano, em Madureira, reuniu centenas de pessoas em um clima de reverência e celebração, seguindo o formato de gurufim, rito festivo de despedida com raízes nas religiões de matriz africana.

No adeus simbólico, Arlindinho, seu filho, emocionou o público ao cantar “O Show Tem Que Continuar”, um dos maiores sucessos do pai. Segundo ele, a cerimônia foi conduzida exatamente como Arlindo havia pedido — com música, alegria e axé.

Com mais de 550 músicas gravadas, Arlindo Cruz deixa um legado que atravessa gerações. Iniciou sua trajetória musical ainda jovem, estudando teoria musical e violão clássico, e logo se destacou nas rodas de samba cariocas, onde teve Candeia como mentor e padrinho musical. Foi Candeia quem o levou ao estúdio pela primeira vez, no disco Roda de Samba.

Arlindo também fez história no Cacique de Ramos, reduto do samba onde dividiu palco com ícones como Beth Carvalho, Jorge Aragão, Almir Guineto e Zeca Pagodinho. Substituiu Aragão no Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos, antes de formar uma dupla de sucesso com Sombrinha e depois seguir carreira solo.

Além de suas composições marcantes, escreveu enredos de escolas de samba, e em 2023, tornou-se tema do desfile da Império Serrano, em uma homenagem que emocionou o público e celebrou sua vida e obra ainda em vida.

Arlindo Cruz parte como um dos maiores nomes do samba contemporâneo, reverenciado por sua versatilidade musical, generosidade artística e profunda ligação com as raízes afro-brasileiras. Seu legado permanece vivo nas rodas de samba, nos palcos e nas vozes que continuam a cantar suas canções.

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