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O governo federal deu início ao processo que pode culminar na aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, em resposta ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. A medida foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores, que notificou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) sobre a abertura das consultas e a adoção de medidas preliminares contra o chamado “tarifaço”.

De acordo com os trâmites legais, a Camex tem agora 30 dias para avaliar a viabilidade da aplicação da lei. Ainda nesta sexta-feira, o governo brasileiro notificará oficialmente a administração norte-americana sobre a abertura do processo, que poderá resultar em retaliações econômicas.

Entre as alternativas consideradas por técnicos e especialistas dos setores de óleo e gás, farmacêutico e agrícola, está a suspensão de direitos de propriedade intelectual, uma medida extrema que pode incluir quebra de patentes de medicamentos e defensivos agrícolas desenvolvidos por empresas americanas.

A movimentação ocorre em meio a crescentes tensões comerciais entre os dois países. O aumento unilateral das tarifas por parte dos Estados Unidos atingiu diversos produtos brasileiros, gerando reação imediata do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que já vinha sendo pressionado internamente por setores produtivos prejudicados.

Em declaração à imprensa, a jornalista Jussara Freire relatou que integrantes do governo ressaltaram que o início do processo não fecha as portas para o diálogo diplomático. “O governo brasileiro tem repetido que não se recusa a negociar os termos comerciais”, afirmou.

A Lei de Reciprocidade Econômica, embora rara em sua aplicação, permite ao Brasil adotar medidas simétricas contra países que imponham barreiras ou práticas discriminatórias contra produtos e empresas brasileiras. A possibilidade de retaliar com a suspensão de patentes é considerada um dos instrumentos mais sensíveis, pois afeta diretamente setores estratégicos da economia norte-americana.

Nos bastidores, a decisão do Brasil é vista como um recado firme, mas ainda aberto à recomposição diplomática, caso os Estados Unidos sinalizem disposição para rever ou flexibilizar as medidas tarifárias adotadas.

Enquanto isso, representantes da indústria nacional aguardam a conclusão da análise da Camex, que será decisiva para o próximo passo do governo federal no enfrentamento comercial com a maior economia do mundo.

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