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A quatro dias da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelo ex-presidente Donald Trump sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o Brasil enfrenta mais um obstáculo nas já difíceis negociações com Washington. Em entrevista ao SBT, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou estar trabalhando para o fracasso da missão oficial brasileira que tenta abrir um canal de diálogo com a Casa Branca.

“Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo”, afirmou Eduardo Bolsonaro, em referência à comissão de senadores que está atualmente nos Estados Unidos buscando soluções diplomáticas. O deputado condicionou qualquer avanço nas negociações à retirada do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. “Se o Brasil der um primeiro passo para mostrar que está disposto a resolver essa situação, o Trump abre uma mesa de negociação”, acrescentou.

Enquanto isso, o grupo de parlamentares ainda não conseguiu se reunir com autoridades do governo americano, limitando-se a encontros com empresários de setores com interesses no Brasil. A avaliação interna é de que a situação se agrava a cada dia, tanto pelo curto prazo até a implementação da nova tarifa quanto pelo crescente isolamento político e diplomático do país.

Apesar da sabotagem pública de Eduardo Bolsonaro, o governo brasileiro, empresários e parte do Congresso Nacional intensificam os esforços para tentar ao menos estabelecer um canal formal de diálogo com os EUA. O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou que o governo está utilizando canais oficiais e informais para conversar com autoridades americanas. Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está em território americano, tenta reforçar junto ao Departamento de Estado a disposição do Brasil em negociar.

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma postura mais conciliadora, afirmando esperar que Trump “reflita sobre a importância do Brasil” e se disse aberto a negociações com o ex-presidente americano.

Um dos principais focos do governo brasileiro é a exclusão de produtos estratégicos do tarifaço, como aeronaves da Embraer e commodities agrícolas. O país é atualmente o maior exportador de suco de laranja e café para os Estados Unidos, setores que podem ser duramente impactados caso a nova tarifa entre em vigor em 1º de agosto.

Enquanto as incertezas persistem, Donald Trump, em viagem à Escócia, afirmou que a tarifa base para países sem acordo comercial com os EUA será entre 15% e 20%. O Brasil, no entanto, não foi citado nominalmente, o que amplia as dúvidas sobre a alíquota exata que incidirá sobre os produtos brasileiros.

Com o tempo se esgotando e a pressão interna e externa aumentando, o Brasil vive uma corrida diplomática contra o relógio para evitar perdas significativas em sua balança comercial com os Estados Unidos.

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