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Com 98 milhões de visitantes em 2024, a Espanha consolidou sua posição como o segundo país mais visitado do mundo, atrás apenas da França. Mas o sucesso turístico trouxe efeitos colaterais sérios para os espanhóis, especialmente nas grandes cidades. Madri, Barcelona e Valência enfrentam uma das piores crises de aluguel da história recente, com preços inflacionados e escassez de imóveis residenciais, cenário que transformou a habitação na principal preocupação da população, segundo pesquisa do Centro Espanhol de Pesquisa Sociológica.

O governo espanhol responsabiliza, em grande parte, as plataformas de aluguel de curto prazo, como o Airbnb, pela piora da situação. O Ministério dos Direitos Sociais, Assuntos do Consumidor e Agenda 2030 anunciou uma medida contundente: exigiu a remoção de cerca de 66 mil anúncios considerados irregulares na plataforma, alegando descumprimento das normas nacionais de acomodação turística.

A ofensiva governamental é parte de um esforço mais amplo para conter o impacto da turistificação desenfreada nos centros urbanos, que vem dificultando o acesso da população local à moradia e promovendo o êxodo de moradores de bairros tradicionais. Ativistas e autoridades defendem uma regulamentação mais rígida do setor para garantir o equilíbrio entre turismo e qualidade de vida.

Enquanto isso, o Airbnb afirma que está disposto a cooperar com as autoridades espanholas, mas defende que muitos dos anúncios são legítimos e ajudam a gerar renda para famílias locais. O embate entre governo e plataformas digitais promete continuar em um país que, cada vez mais, sente os efeitos de ser um gigante do turismo global.

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