Bolsonaro se emociona ao lamentar impedimento de viajar para posse de Trump e acusa perseguição política

Neste sábado (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro se emocionou ao declarar sua frustração por ter sido impedido de comparecer à posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para esta segunda-feira (20). A decisão foi tomada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que negou a liberação de seu passaporte na última quinta-feira (16).

Visivelmente abalado, Bolsonaro acompanhou a esposa, Michelle Bolsonaro, até o Aeroporto Internacional de Brasília, onde ela embarcou para representar o ex-presidente na cerimônia. Durante uma coletiva de imprensa, Bolsonaro não escondeu o desapontamento e, sem citar diretamente o nome de Moraes, afirmou que sua situação é resultado de uma perseguição política.

“Obviamente seria muito bom a minha ida lá. O presidente Trump gostaria muito, tanto é que ele me convidou. Estou chateado, estou abalado ainda. Eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa. Essa pessoa decide a vida de milhões no Brasil, ele e mais ninguém. Ele é o dono do processo, é o dono de tudo, quando quer ignora o Ministério Público, faz o que bem entende”, desabafou Bolsonaro.

O ex-chefe de Estado também se declarou como “preso político”, mesmo sem estar usando tornozeleira eletrônica, e expressou constrangimento pela situação. “Eu sou preso político, apesar de estar sem tornozeleira eletrônica. Espero que sua excelência não queira colocar em mim para humilhar de vez uma tornozeleira eletrônica. Estou constrangido”, afirmou.

Bolsonaro teve o passaporte retido desde fevereiro de 2024, quando foi incluído entre os 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal, que investiga a tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições presidenciais de 2022. O ex-presidente é um dos principais alvos das investigações relacionadas ao ocorrido.

O episódio, que marca mais um capítulo da crise entre o ex-presidente e o STF, aumenta a tensão política e judicial no país, levantando discussões sobre o alcance das decisões judiciais em relação aos direitos políticos de figuras públicas.