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O ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu das acusações de envolvimento em um golpe de Estado, afirmando que todas as ações de seu governo estiveram dentro dos limites da “Constituição”. Em declarações após desembarcar em Brasília, após um período de férias em Alagoas, Bolsonaro rebateu as investigações da Polícia Federal, que na semana passada o indiciou por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo ele, “ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais”, e garantiu que nunca discutiu um golpe de Estado em seu governo. Para ele, se a discussão de um golpe tivesse surgido, ele teria respondido com indiferença, questionando “o dia seguinte” e o futuro do Brasil.

No entanto, a Polícia Federal segue investigando a trama que envolveu tentativas de desestabilização do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo planos para assassinar o então presidente eleito, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Juntamente com Bolsonaro, 36 outros aliados civis e militares foram indiciados. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) estuda usar informações de três inquéritos envolvendo o ex-presidente – golpismo, joias sauditas e fraude em cartões de vacinação – para formular uma única denúncia, que poderá ser apresentada após o recesso do Judiciário em fevereiro, segundo fontes próximas ao caso.

Em meio a essas investigações, a jornalista Eliane Cantanhêde criticou a gravidade da trama golpista, destacando que o plano envergonha as Forças Armadas, pois envolveu assassinatos e diálogos comprometedores entre oficiais militares e civis. Para Cantanhêde, o episódio revela uma infiltração perigosa nas instituições, colocando em xeque os valores que, teoricamente, deveriam nortear as Forças Armadas, como “Deus, Pátria e Família”.

Enquanto a investigação de Bolsonaro avança, também está em destaque uma controvérsia envolvendo o Comando do Exército. Este se recusou a retirar a homenagem oficial à data do golpe militar de 1964, que ocorre anualmente num quartel em Juiz de Fora, em Minas Gerais. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a remoção dessa homenagem, em uma ação civil pública, mas o Comando manteve sua posição, e a Procuradoria, por sua vez, decidiu dar continuidade ao processo sem aceitar uma proposta de conciliação.

O cenário continua a se desenrolar com novos desdobramentos, enquanto a PGR se prepara para dar os próximos passos nas investigações que envolvem o ex-presidente e outros membros de seu governo, em um contexto político e militar tenso.

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