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Com diárias de até R$ 44 mil, Belém enfrenta críticas sobre custos da COP30 apesar de meta de hospedagem superada

A cidade de Belém (PA), sede da COP30, superou a meta de hospedagem para o evento climático da ONU previsto para novembro, mas enfrenta um novo desafio: os altos preços das diárias, que já provocam insatisfação internacional. Com 53 mil leitos disponíveis para os 50 mil visitantes esperados, a cidade garantiu capacidade técnica, mas a média de hospedagem ultrapassa US$ 600 por noite, com casos extremos de até R$ 44 mil por diária.

A disparada de preços preocupa especialmente os países menos desenvolvidos, que alertam para a possibilidade de ficarem de fora das discussões climáticas por falta de condições financeiras. Até agora, 25 nações solicitaram a mudança da sede do evento, segundo fontes diplomáticas.

Um dos exemplos mais emblemáticos é a Indonésia, que reduziu sua delegação de 800 para 500 pessoas neste ano, citando dificuldades logísticas e orçamentárias. Outros países da África, Caribe e Ásia também estão revendo seus planos de participação, o que pode comprometer a representatividade global nas decisões da conferência.

Governo nega mudança e promete relatório

Diante das críticas, o governo brasileiro nega qualquer possibilidade de alteração da sede e anunciou que apresentará um relatório detalhado do plano de acomodação em 11 de agosto. A expectativa é que o documento contenha medidas para controlar os preços e garantir apoio às delegações de países mais vulneráveis, especialmente aquelas mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Segundo fontes do Ministério do Turismo e do Itamaraty, o governo também estuda parcerias com a iniciativa privada e com organismos internacionais para ampliar as soluções de hospedagem solidária e facilitar a participação de lideranças comunitárias e indígenas, além de representantes da sociedade civil global.

COP30 sob os holofotes

Marcada para acontecer entre os dias 10 e 22 de novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) é vista como um evento estratégico para o Brasil, tanto em termos de diplomacia internacional quanto de imagem ambiental. É a primeira vez que a conferência ocorrerá na Amazônia, considerada vital para o equilíbrio climático do planeta.

Com o crescimento das pressões logísticas e políticas, o sucesso do evento depende cada vez mais da capacidade do Brasil de garantir inclusão, acessibilidade e diversidade nas negociações.

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