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O que começou como uma tensão crescente nas redes sociais terminou em um barraco político de proporções globais. O bilionário sul-africano Elon Musk, homem mais rico do mundo, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizaram nesta quinta-feira (6) um dos rompimentos mais ruidosos da política americana recente. Em uma troca de farpas públicas pelo X (ex-Twitter) e pelo Truth Social, os dois se acusaram de corrupção, escândalos sexuais e traição política.

A crise começou a escalar após Musk criticar duramente o projeto de lei de Trump, aprovado pela Câmara, que prevê cortes de impostos — especialmente para os mais ricos — e aumento dos gastos públicos, com impacto estimado de US$ 2,4 trilhões no déficit ao longo de uma década. Musk, que deixou o governo recentemente, disse que a proposta beneficia elites financeiras e pune setores de inovação, como o de carros elétricos.

Trump reagiu dizendo que Musk “sabia de tudo desde o início” e insinuou que o bilionário estava apenas incomodado com a redução dos incentivos fiscais ao setor elétrico. Musk então intensificou os ataques, afirmando que Trump só foi eleito graças ao seu apoio, que está envolvido no escândalo sexual de Jeffrey Epstein, e, por fim, pediu abertamente o impeachment do presidente.

O conflito provocou reação imediata dentro do próprio governo. O ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, sugeriu que o Departamento de Imigração investigue o status migratório de Musk, nascido na África do Sul. “Ele deveria ser deportado imediatamente”, disse Bannon.

O impacto foi sentido nos mercados financeiros. As ações da Tesla despencaram 14,26%, a maior queda em um único dia na história da empresa. Desde que Musk aproximou-se politicamente de Trump, a montadora de veículos elétricos enfrenta queda nas vendas, lucros em declínio e crescente insatisfação entre os consumidores. Como retaliação, Trump ameaçou cancelar todos os contratos federais com empresas ligadas ao empresário.

Enquanto a briga dominava as manchetes, um movimento paralelo gerava tensão diplomática. O secretário de Estado Marco Rubio anunciou sanções contra quatro juízas do Tribunal Penal Internacional (TPI), acusando-as de ações “ilegítimas” contra os Estados Unidos e Israel. A medida é uma resposta às ordens de prisão emitidas pelo TPI contra autoridades israelenses e às investigações sobre crimes de guerra cometidos por forças americanas no Afeganistão. Em nota, o tribunal denunciou a ação como uma tentativa de minar sua independência e autoridade internacional.

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