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Um dia após o centrão intensificar sua ofensiva no Congresso para ampliar sua influência sobre a direção do Banco Central, a autoridade monetária tomou uma decisão que surpreendeu o mercado financeiro: vetou a compra do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília), instituição controlada pelo Governo do Distrito Federal.

A negativa foi comunicada nesta quarta-feira (3), antes mesmo do prazo final para avaliação da operação, que poderia se estender por até um ano. Desde o início, no entanto, o Banco Central havia sinalizado que daria uma resposta rápida sobre o caso, considerado sensível tanto do ponto de vista estratégico quanto político.

A decisão ainda não foi detalhada oficialmente pelo Banco Central, que, até o momento, não se pronunciou publicamente. Apesar disso, as instituições envolvidas já confirmaram o veto e divulgaram comunicados em defesa da operação.

O BRB classificou a aquisição como uma “oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional”. O banco afirmou ainda que solicitou acesso à íntegra da decisão da autoridade monetária.

Por sua vez, o Banco Master afirmou que segue “confiante na sua estratégia e na sua operação”, destacando o crescimento da instituição em um “mercado altamente concentrado”. O banco vinha expandindo sua atuação e buscava ganhar tração por meio da incorporação ao BRB.

O veto do Banco Central ocorre em um momento delicado, em que partidos do centrão pressionam o governo e articulam mudanças na legislação para ampliar seu poder de influência sobre cargos estratégicos, incluindo a direção da própria autoridade monetária. Para analistas políticos e econômicos, a decisão pode ser lida como um gesto de autonomia institucional frente ao avanço político sobre órgãos reguladores.

A expectativa agora recai sobre os próximos movimentos do Congresso e sobre um possível posicionamento oficial do Banco Central, que deverá apresentar suas justificativas técnicas nas próximas semanas.

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