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O ato de 7 de setembro organizado para reforçar a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabou expondo uma divisão interna significativa entre seus aliados. O evento, planejado para unificar a direita e demonstrar a força do bolsonarismo, destacou a racha entre os apoiadores dos candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo.

Embora o ato tenha sido marcado por uma demonstração de força com a presença de diversos apoiadores de Bolsonaro, a divisão entre os grupos pró-Nunes e pró-Marçal se tornou evidente. Pablo Marçal, candidato do PRTB, teve um destaque inusitado ao chegar de helicóptero na Av. Paulista, fazer selfies e gerar conteúdo que viralizou nas redes sociais, incluindo um vídeo com mais de 6 milhões de visualizações. Marçal conta com o apoio de figuras como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho (PL-MG), além de um aceno do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), que elogiou a “direita bem organizada” como capaz de vencer em São Paulo.

Por outro lado, Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato pelo MDB, tem o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro. No entanto, a campanha de Nunes enfrentou desafios, incluindo a falta de vídeos atualizados com Bolsonaro, que até agora só apresentou uma imagem do ex-presidente defendendo Nunes na convenção partidária anterior. A relação entre Nunes e Bolsonaro foi descrita como “boa” pelo próprio Nunes, que afirmou que novos vídeos seriam gravados em breve.

Enquanto isso, a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) observa a disputa entre Nunes e Marçal com interesse. Com a expectativa de Boulos de avançar para o segundo turno, a campanha acredita que uma polarização entre os dois candidatos da direita poderia beneficiá-lo. A estratégia de Boulos passou a focar em ataques mais direcionados a Marçal, com o receio de que o candidato do PRTB possa emergir fortalecido na segunda fase da eleição, especialmente se derrotar Nunes e agregar a base bolsonarista.

A divisão entre Nunes e Marçal também gerou especulações sobre possíveis desentendimentos dentro do bolsonarismo. Enquanto algumas fontes sugeriram que Bolsonaro teria chamado Marçal de “picareta” devido ao seu trio paralelo, o ex-presidente negou ter usado tal termo e afirmou que a fala não era direcionada a ninguém em específico. O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, criticou Marçal por seu atraso e por usar o evento para fins eleitorais, chamando-o de “covarde” em uma entrevista.

As pesquisas também refletem o impacto da divisão. A última pesquisa AtlasIntel indicou que Marçal herda 42% dos votos de eleitores de Bolsonaro no segundo turno de 2022, enquanto Nunes conta com 37%. Esse cenário demonstra a importância estratégica da disputa entre os dois candidatos para o futuro da direita paulistana e os desafios que ambos enfrentarão até as eleições.

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