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Horas antes de ser preso, Tyler Robinson, jovem apontado como o autor dos disparos que mataram o influenciador conservador Charlie Kirk, trocou mensagens em tom de deboche com amigos em um grupo no Discord, sem revelar diretamente sua responsabilidade, mas deixando pistas que acabaram colaborando com a investigação.

Nas conversas, já após a divulgação das imagens de baixa qualidade do suspeito pela polícia, amigos notaram a semelhança com Robinson. Ele respondeu com ironia:

“É meu clone.”

Apesar de negar o envolvimento ao ser confrontado diretamente — “Tyler matou Kirk”, disse um dos colegas —, ele continuou fazendo piadas, afirmando que queriam apenas “gerar problemas” e reforçando a brincadeira de que seria um “doppelganger”.

O grupo também ironizou a recompensa de mais de R$ 500 milhões oferecida pelo FBI por informações sobre o autor do crime. Um dos participantes disse que o entregaria em troca do valor, ao que Robinson respondeu:

“Tudo bem, desde que dividam comigo.”

Em outra provocação, Robinson zombou da possível reação federal:

“Trump não vai mandar tropas pra cá. Isso aqui é um estado vermelho.”
E sugeriu que o assassino “devia ter vindo da Califórnia”, em referência ao perfil democrata do estado.

Ele ainda demonstrou estar acompanhando atentamente a repercussão do caso, citando frases antifascistas deixadas no local do crime, incluindo inscrições como “Ei, fascista, pegue isso!”, gravadas na munição usada no ataque, além de frases como “Bella Ciao” e até ofensas de cunho jocoso como “Se você está lendo isso, você é gay”.


Denúncia e prisão

As mensagens trocadas no Discord se tornaram peça-chave na investigação. Um ex-colega de ensino médio que integrava o grupo virtual repassou o conteúdo ao jornal The New York Times, que publicou parte da conversa. Menos de 12 horas depois, Robinson foi localizado e preso.

Segundo informações das autoridades, o próprio pai de Tyler Robinson foi quem tomou a iniciativa de entregá-lo. Após o filho confessar o crime, o homem buscou ajuda de um pastor local para intermediar a rendição.

“Quero agradecer aos familiares dele, que fizeram a coisa certa e o entregaram”, disse o governador de Utah, Spencer Cox, em coletiva.

A arma usada no crime foi descrita como um rifle com inscrições gravadas, uma característica que Robinson teria citado em mensagens anteriores a um colega de quarto, ao mencionar que iria recuperar a arma escondida em um arbusto após o crime.

Segundo o FBI, Robinson chegou ao campus universitário onde Charlie Kirk participava de um evento, por volta do meio-dia, subiu ao telhado com a arma e realizou os disparos. Depois, misturou-se entre os estudantes e fugiu a pé. Kirk foi atingido no pescoço e chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos.


Charlie Kirk: um ícone conservador

Charlie Kirk, 31 anos, era fundador e presidente da Turning Point USA, organização voltada para o engajamento de jovens eleitores conservadores nas universidades dos Estados Unidos. Era também apresentador do The Charlie Kirk Show, transmitido em mais de 150 rádios e disponível em plataformas digitais.

Kirk acumulava mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais e era um dos principais rostos do movimento conservador norte-americano. Deixa a esposa, Erika Kirk, e dois filhos pequenos.


As investigações continuam. A polícia agora tenta esclarecer se o atentado teve motivação política direta, se houve envolvimento de terceiros ou se as ações de Robinson foram influenciadas por ideologias extremistas ou incitação online.

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