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Menos de 48 horas após os bombardeios norte-americanos contra as instalações nucleares do Irã, o presidente Donald Trump endureceu ainda mais o tom, defendendo publicamente uma possível mudança de regime no país persa. Em publicação nas redes sociais, o líder americano questionou: “Se o atual regime iraniano não é capaz de FAZER O IRÃ GRANDE NOVAMENTE, por que não haveria uma mudança de regime?”. A declaração, feita com ênfase em letras maiúsculas, contrasta com o discurso mais contido do vice-presidente J.D. Vance e de diplomatas americanos, que afirmam que o objetivo era apenas neutralizar a capacidade nuclear iraniana.

O bombardeio — o maior já promovido pelos EUA contra alvos iranianos — mobilizou ao menos 14 bombas GBU-57, de 14 toneladas, lançadas por aviões B2-Spirit, além de 30 mísseis Tomahawk disparados a partir de embarcações no Golfo Pérsico. A extensão dos danos ainda é incerta. Fontes oficiais sugerem que o Irã pode ter deslocado seus estoques de urânio enriquecido, o que reduz os efeitos estratégicos da ofensiva.

A resposta iraniana não tardou: mísseis balísticos foram disparados contra Israel, com parte sendo interceptada pelas defesas aéreas. No entanto, os ataques levantaram dúvidas sobre a capacidade de reposição do Domo de Ferro. Em paralelo, líderes iranianos ameaçaram bloquear o Estreito de Ormuz — rota crítica do comércio global de petróleo — e ampliar o enriquecimento de urânio, em clara retaliação à ofensiva americana.

No campo diplomático, a reação internacional é de alerta. O Conselho de Segurança da ONU foi convocado a pedido do Irã. China e Rússia condenaram os ataques. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a escalada militar representa “um risco enorme em uma região já instável”.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometeu vingança contra Israel. “O inimigo sionista cometeu um grave erro e será punido”, escreveu. Já o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, viajou a Moscou para tentar articular um cessar-fogo com apoio russo.

A comunidade internacional agora se depara com mais perguntas do que respostas. A ofensiva de Trump pode ter desarticulado momentaneamente o programa nuclear iraniano, mas pode também ter impulsionado o regime dos aiatolás a buscar, com mais determinação, uma arma atômica. Em meio às incertezas, cresce o temor de uma guerra prolongada no Oriente Médio — com consequências imprevisíveis.

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