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Diante da crescente perseguição a opositores e temendo por sua vida, Edmundo González chegou a Madrid ontem com sua família, a bordo de um avião da Força Aérea Espanhola, após solicitar asilo político. Grande parte da comunidade internacional considera González o vencedor legítimo das eleições venezuelanas realizadas em 28 de julho. Nas últimas semanas, mais de duas mil pessoas foram presas pelas forças do regime de Nicolás Maduro sob acusações de terrorismo.

González passou um mês abrigado na embaixada da Holanda, de onde saiu na quinta-feira, indo para a residência do embaixador espanhol. De Madrid, ele enviou uma mensagem de áudio a seus apoiadores, afirmando que sua saída de Caracas foi “cercada de pressões, coações e ameaças”.

Na véspera, o regime chavista revogou a autorização que permitia ao governo brasileiro manter a custódia da embaixada da Argentina em Caracas. O Brasil exercia essa função desde que o embaixador argentino foi expulso, em 1º de agosto, após o presidente argentino Javier Milei acusar fraude eleitoral na contestada vitória de Maduro para seu terceiro mandato. Em nota, o regime venezuelano alegou ter provas de que o local, que abriga opositores, está sendo utilizado para planejar “tentativas de homicídio” contra Maduro. O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu afirmando que “permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos” até que outro país seja designado para a função.

O prédio foi cercado por militares venezuelanos, e havia receio de uma possível invasão, mas os militares recuaram na tarde de ontem. O aumento da tensão levou Lula a convocar uma reunião de emergência no Palácio do Planalto com assessores e diplomatas. O governo brasileiro, que esperava mediar um diálogo entre a oposição e o governo de Maduro, vê a decisão de Caracas como um indicativo de distanciamento e um obstáculo adicional à resolução democrática da crise.

Além do impacto político, a repressão crescente e a crise econômica na Venezuela têm intensificado a migração de venezuelanos para o Brasil. Esse fluxo crescente tem gerado problemas adicionais, como a falta de medicamentos e vacinas e atrasos na emissão de documentos para os refugiados. As dramáticas histórias de quem é forçado a deixar seu país refletem a gravidade da situação humanitária e política na Venezuela.

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