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A articulação para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados está passando por uma nova fase decisiva. O vice-presidente da Casa e presidente do Republicanos, Marcos Pereira (ES), anunciou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu seu aval para Hugo Motta (Republicanos-PB) disputar a eleição marcada para fevereiro de 2025. Segundo Pereira, Lula afirmou que não interferiria no processo e não apresentou objeções à escolha de Motta, embora tenha expressado a necessidade de conhecê-lo melhor e observado que o deputado, com 34 anos, ainda é jovem para o cargo.

Pereira relatou que Lula não se opôs à escolha e que Lira também estaria disposto a trabalhar para viabilizar a solução sem uma disputa interna. “Lula concordou com a minha escolha e disse que eu precisava apresentar este plano ao Lira também, mas que por ele não havia objeções. Sei que nem Lira nem Lula querem uma disputa”, afirmou Pereira. O novo candidato à presidência passou por sabatinas informais com Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde foram discutidas suas relações com a direita e a esquerda.

Hugo Motta, atual líder do Republicanos na Câmara, era considerado um dos favoritos de Lira para sucedê-lo. No entanto, havia resistência dentro de seu partido, com Marcos Pereira planejando há algum tempo suceder o atual presidente e se destacando como um dos principais nomes na disputa, ao lado de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA). Pereira anunciou sua desistência da candidatura na terça-feira, o que provocou uma reviravolta nas articulações.

Com a nova configuração, caciques de MDB, União Brasil e PSD iniciaram diálogos para potencialmente unir esforços em torno de um único nome. Isnaldo Bulhões (MDB-AL) também entrou na corrida, e a possibilidade de uma aliança entre essas legendas está sendo considerada.

Tales Faria destacou que Elmar Nascimento, inicialmente considerado o nome de Lira para a sucessão e também apoiado pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, sentiu-se traído ao perceber que Maia articulava sua própria reeleição. A mesma sensação de traição é agora observada por Nascimento, que enfrenta restrições do PT na Bahia e a dificuldade adicional de sua legenda já ter um candidato forte para a presidência do Senado, Davi Alcolumbre (AP), que é visto como praticamente eleito pelos colegas.

As movimentações recentes indicam que a eleição para a presidência da Câmara em fevereiro de 2025 será marcada por intensas negociações e articulações, com múltiplos atores políticos buscando garantir sua posição na liderança da Casa.

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