Arroz Impulsiona Alta na Alimentação Doméstica em Junho, Afirma IPCA-15

O IPCA-15, considerado uma prévia do índice oficial da inflação, mostrou em junho que o arroz foi um dos principais responsáveis pela alta da alimentação no domicílio. O item registrou uma alta de 4,20% no mês. Em resposta à elevação dos preços, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (29) que a decisão de importar arroz gerou “uma confusão desgraçada”, mas que os preços começaram a cair.

“Esses dias eu decidi importar arroz para baixar o preço. Deu uma confusão desgraçada, mas acho que o arroz começou a abaixar. Eu quero que baixe. Quero que [o preço da] a carne abaixe, porque aquele sonho da gente voltar a comer uma picanha e tomar uma cerveja, eu quero que aconteça, ele vai voltar”, declarou Lula em discurso ao lançar a pedra fundamental de novos campi de universidades federais na zona leste de São Paulo.

Os dados do IPCA-15 foram coletados pelo IBGE entre 16 de maio e 14 de junho, e a alta no preço do arroz se deu após a crise provocada pelas fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, principal estado produtor do alimento no país, no mês de maio. A decisão do governo federal de importar o grão foi uma tentativa de mitigar o impacto da crise de abastecimento.

No entanto, a anulação do leilão que havia vendido 263,37 mil toneladas de arroz importado foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) no último dia 11. A resolução incluiu também o cancelamento de um novo leilão para 36 mil toneladas restantes do alimento que não haviam sido adquiridas no primeiro certame.

A suspeita de fraude que levou ao cancelamento envolveu a maior arrematante individual do certame realizado, a empresa Wisley A. de Souza, cuja sede é uma pequena loja de queijos em Macapá e que teve seu capital social recentemente alterado: passou de R$ 80 mil para R$ 5 milhões uma semana antes do leilão.

O governo segue monitorando os preços e a oferta de arroz no mercado interno para assegurar que os valores se estabilizem e retornem a patamares acessíveis à população, buscando evitar novas crises de abastecimento e garantir a segurança alimentar dos brasileiros.