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Um levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), em parceria com a consultoria Educa Insights, revela um dado preocupante: 34% dos jovens entre 18 e 35 anos adiaram a entrada na universidade por causa de gastos com apostas online, como o popular “jogo do tigrinho” e outras plataformas de bets.

A pesquisa, que entrevistou 11.762 pessoas, evidencia um cenário ainda mais crítico nas classes D e E, onde 43% dos entrevistados afirmaram que precisam abandonar os jogos para conseguir ingressar no Ensino Superior. A compulsão por apostas, que avança silenciosamente, tornou-se um dos novos entraves para o acesso à educação no Brasil.

Mesmo entre aqueles que já iniciaram a graduação, 14% relataram dificuldades financeiras provocadas pelas apostas, que resultaram em atraso no pagamento da mensalidade ou até trancamento do curso.

O dado acende um alerta sobre os impactos sociais e educacionais do avanço das plataformas de jogos de azar na vida da juventude brasileira, sobretudo entre os mais vulneráveis. Para especialistas, a ausência de regulação eficaz e a publicidade agressiva dessas plataformas nas redes sociais contribuem para o aliciamento de jovens.

A Abmes defende ações integradas entre governo, instituições de ensino e sociedade civil, incluindo campanhas de conscientização, educação financeira nas escolas e um marco regulatório mais rígido sobre o setor de apostas. A entidade alerta: “Estamos diante de um fenômeno que não só afeta a saúde financeira, mas compromete o futuro acadêmico e profissional de uma geração inteira.”

O levantamento será apresentado em detalhes no próximo congresso da Abmes, que também vai debater estratégias para retomar o crescimento da taxa de matrícula no ensino superior privado, atualmente estagnada.

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