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Nos últimos meses, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), consolidou ainda mais sua influência no cenário político e judicial brasileiro, através de uma série de nomeações estratégicas e decisões de impacto. Em pouco mais de um ano, Moraes emplacou aliados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi fiador da indicação de Paulo Gustavo Gonet Branco para o cargo de procurador-geral da República e de Flávio Dino para o STF, além de endossar a nomeação de Mário Sarrubbo para a Secretaria Nacional de Segurança Pública e ter participação significativa na escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo.

Recentemente, a escolha do delegado José Fernando Moraes Chuy para o cargo de corregedor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) representa um novo avanço na esfera de influência de Moraes. A nomeação ocorreu apenas duas semanas após o ministro expressar desconfiança em relação à atual gestão da Abin. Anteriormente, Chuy havia sido designado por Moraes para chefiar a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, e sua nova posição visa reforçar o controle sobre a agência.

Moraes também foi fundamental na indicação de dois juristas próximos, André Ramos Tavares e Floriano de Azevedo Marques Neto, para o TSE. Esses ministros foram fundamentais em decisões que resultaram na inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes, que presidiu o TSE até junho deste ano, anunciou as nomeações durante uma sessão no STF, antes mesmo de serem formalmente divulgadas pela Presidência da República. Os mandatos de Tavares e Marques Neto vão até maio de 2025, com possibilidade de recondução até 2027.

Além das nomeações para o TSE, a influência de Moraes se estende ao comando da Procuradoria-Geral da República e ao STF. O ministro foi um dos principais defensores da escolha de Paulo Gonet para a PGR e apoiou a nomeação de Flávio Dino para o STF. Gonet, enquanto vice-procurador-geral Eleitoral, desempenhou papel crucial ao recomendar a inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder e desinformação. Moraes, juntamente com os ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, foi informado da escolha de Gonet por Lula antes do anúncio oficial.

Em abril, Moraes também desempenhou um papel importante na escolha do novo procurador-geral de Justiça de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi consultado por Moraes e recebeu informações sobre um possível veto ao procurador José Carlos Cosenzo. Apesar da especulação, a versão de um veto foi desmentida por aliados de Tarcísio e por Michel Temer. Cosenzo foi o mais votado na lista tríplice, mas a nomeação final recaiu sobre Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, o terceiro colocado na eleição interna.

Oliveira e Costa, apoiado por Gilberto Kassab (PSD) e por Moraes, assumiu a chefia do MP paulista, substituindo Mário Sarrubbo, que agora ocupa o cargo de secretário Nacional de Segurança Pública. Sarrubbo, por sua vez, também teve o respaldo de Moraes para o Ministério da Justiça e Segurança Pública e foi um dos padrinhos de Sarrubbo na disputa por uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Assim, as recentes decisões e nomeações de Alexandre de Moraes reafirmam sua crescente influência no sistema político e judicial brasileiro, moldando o cenário atual com suas escolhas estratégicas.

 

 

 

Fonte: CNN Brasil

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