Acidente Doméstico Leva Lula a Cancelar Viagem à Cúpula do Brics

Um acidente doméstico na noite de sábado alterou os planos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele cancelou a viagem programada para ontem a Kazan, na Rússia, onde participaria da cúpula do Brics, após sofrer uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada. O incidente resultou em uma batida na nuca, que necessitou de cinco pontos.

O médico do presidente, Roberto Kalil Filho, que o atendeu no Hospital Sírio-Libanês em Brasília, informou que Lula teve um traumatismo craniano. “Ele chegou ao hospital com um traumatismo craniano, causado pela batida na parte de trás da cabeça. O ferimento precisou de pontos. Fizemos tomografias e ressonâncias, que mostraram um pequeno sangramento na região temporal”, detalhou o médico. Devido à gravidade da queda, Kalil recomendou que Lula evitasse viagens longas nas primeiras 24 horas.

Apesar do susto, o presidente está em boas condições. “Os próximos dias serão de observação, mas ele já pode retomar suas atividades normais. Está tudo bem com o presidente”, afirmou o médico.

Como resultado da impossibilidade de viajar, Lula participará da cúpula do Brics por videoconferência. O chanceler Mauro Vieira liderará a delegação brasileira na reunião, que se inicia amanhã. O grupo, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu no ano passado com a inclusão de novos membros, como Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Este encontro será o primeiro com a nova composição do bloco e deve abordar temas como a entrada de novos “países parceiros”, a crise no Oriente Médio e a cooperação política e financeira entre os membros. Em 2025, Lula assumirá a presidência do Brics, o que pode reforçar sua influência no cenário internacional.

Analistas como Oliver Stuenkel e Alexander Gabuev destacam que a cúpula é uma oportunidade para o presidente russo, Vladimir Putin, reafirmar a posição da Rússia no contexto global, especialmente após as sanções ocidentais em resposta à invasão da Ucrânia. “Apesar das dificuldades, a Rússia não está isolada; pelo contrário, é parte central de um grupo influente na definição do futuro da ordem global”, afirmaram os especialistas, refletindo a busca de muitos países por alternativas que aumentem sua autonomia estratégica.