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O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) anunciou, nesta terça-feira (7), a suspensão dos resultados de seu concurso público após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que investiga uma quadrilha suspeita de fraudar provas em Pernambuco, Paraíba e Alagoas. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), organizadora do certame, comunicou que o cronograma da seleção está suspenso “até que todos os fatos sejam esclarecidos”. As informações são do portal G1.

Entre os alvos da investigação está a advogada Laís Giselly Nunes de Araújo, de 31 anos, natural do Recife, aprovada em 5º lugar para o cargo de Auditora de Controle Externo em Tecnologia da Informação, com 67 pontos na prova objetiva. Conforme apuração da Polícia Federal da Paraíba, Laís é investigada por participação em pelo menos 14 fraudes em concursos públicos desde 2014, ano em que foi aprovada pela primeira vez, na Autarquia Municipal de Trânsito de Ipojuca.

Desde então, ela acumulou aprovações em órgãos como o Ministério Público de Pernambuco, a Prefeitura do Recife, o Instituto Federal de Pernambuco, a Prefeitura de Campina Grande e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde chegou a ser nomeada servidora. O inquérito também aponta que, em 2022, ela foi aprovada no curso de medicina da UFPE.

Outro investigado é Luiz Paulo Silva dos Santos, do Cabo de Santo Agostinho, suspeito de envolvimento em mais de 67 fraudes em concursos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024. Segundo a PF, a quadrilha atuava com o apoio de especialistas contratados para resolver questões das provas e repassar os gabaritos aos candidatos envolvidos no esquema.

A Operação Última Fase foi deflagrada no último dia 2 de outubro, com mandados cumpridos em 11 municípios dos três estados investigados: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Passira, Araripina (PE), Maceió, Marechal Deodoro (AL), João Pessoa e Patos (PB). Até o momento, três pessoas foram presas preventivamente e houve apreensões de veículos, computadores, celulares e dinheiro.

Em nota oficial, o TCE-PE afirmou estar tomando providências junto às autoridades para garantir a lisura da seleção pública. “O TCE-PE, como instituição de controle externo que tem o dever constitucional de zelar pela regularidade das admissões de pessoal da gestão pública, será intransigente na defesa da lei, da meritocracia e do interesse público”, destacou o órgão.

As investigações também apontam possíveis fraudes em concursos da Polícia Civil de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, além do já mencionado CNU. A apuração segue em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas.

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