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O Brasil poderia poupar R$ 25 bilhões em gastos com saúde pública se conseguisse universalizar o acesso ao saneamento básico, de acordo com projeção divulgada pelo Instituto Trata Brasil. A estimativa considera a redução de doenças causadas pela falta de acesso à água potável e à coleta e tratamento de esgoto, problemas que ainda afetam milhões de brasileiros.

Segundo o levantamento, até 2040, o avanço na cobertura de saneamento teria um impacto econômico de R$ 1,5 trilhão em diversos setores, incluindo produtividade, educação e valorização imobiliária — R$ 815 bilhões já descontando os custos com os investimentos necessários para atingir a universalização.

Hoje, a realidade está longe da meta. Em 2024, apenas 56% da população brasileira tem acesso à coleta de esgoto, número considerado crítico por especialistas em saúde e infraestrutura. A consequência é visível nos hospitais: só este ano, o país já registrou 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, como diarreia, leptospirose e hepatite A. Essas internações custaram R$ 174,3 milhões aos cofres públicos, segundo dados oficiais.

O novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, estabeleceu o compromisso de universalizar o acesso à água potável e à coleta e tratamento de esgoto até 2033. No entanto, a meta parece distante diante do ritmo atual de investimentos e da complexidade para ampliar os serviços, especialmente em áreas periféricas e comunidades isoladas.

“Estamos falando de uma medida com impacto direto na qualidade de vida, na economia e na dignidade das pessoas. Não é apenas uma questão de infraestrutura, é de saúde pública”, afirma o Instituto Trata Brasil em nota.

Além da economia direta com saúde, o estudo destaca que a universalização do saneamento também traria ganhos em produtividade do trabalhador, com redução de faltas ao trabalho e à escola, e no setor imobiliário, com valorização de áreas urbanas hoje degradadas por falta de infraestrutura sanitária.

Especialistas defendem que os governos federal, estaduais e municipais precisam acelerar os processos de concessão, parcerias público-privadas e planejamento técnico, além de garantir transparência e fiscalização dos contratos. A universalização, embora desafiadora, é vista como uma solução de alto retorno social e econômico, crucial para o desenvolvimento sustentável do país.

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