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O cinema brasileiro perdeu nesta sexta-feira (6) um de seus maiores nomes: Silvio Tendler, referência no documentário político e histórico, morreu aos 75 anos, vítima de infecção generalizada. O cineasta estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Tendler dirigiu e produziu mais de 70 filmes e 12 séries de TV, traçando um retrato profundo e sensível do Brasil por meio das histórias de grandes personagens e das contradições da vida nacional. Em sua filmografia, destacou-se por obras dedicadas a figuras como João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella e Glauber Rocha — sempre com um olhar crítico e engajado.

Nascido no Rio de Janeiro, Tendler teve uma trajetória marcada pelo engajamento político desde cedo. Iniciou sua militância cultural no movimento cineclubista, tendo liderado a Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro em 1968, em plena ebulição social e política.

Com a repressão da ditadura militar, exilou-se primeiro no Chile e depois na França, onde formou-se em História pela Universidade de Paris VII e obteve um mestrado em Cinema e História pela Sorbonne, duas experiências que moldaram profundamente sua visão de mundo e de cinema.

Conhecido por sua capacidade de unir arte e política, Tendler ficou conhecido como o “cineasta dos vencidos”, por sua dedicação a temas ligados à memória, à resistência e às trajetórias daqueles que desafiaram o poder estabelecido. Sua obra é referência não apenas no cinema, mas também nos debates sobre democracia, direitos humanos e identidade nacional.

Sua morte deixa uma lacuna profunda na cultura brasileira, mas seu legado permanece vivo na tela e na consciência crítica de gerações.

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