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Trump articula mediação entre Putin e Zelensky e mira cartéis latino-americanos com plano militar secreto

Em um movimento que pode redefinir a política externa dos Estados Unidos, o vice-presidente JD Vance afirmou neste domingo (10) que o ex-presidente e atual chefe de Estado, Donald Trump, poderá reunir os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para negociar um possível acordo de paz que ponha fim à guerra na Ucrânia. A Casa Branca estaria aberta à ideia de uma reunião trilateral, segundo Vance, que disse à Fox News que o governo está “tentando descobrir, francamente, o cronograma e coisas assim, em torno de quando esses três líderes poderiam se sentar e discutir o fim deste conflito”.

O primeiro passo pode ocorrer já nesta sexta-feira, quando Trump e Putin devem se encontrar no Alasca. A eventual mediação seria a mais ambiciosa iniciativa diplomática de Trump desde que retornou ao poder, e acontece em meio a um impasse militar na Ucrânia, que enfrenta sérias dificuldades para recrutar novos soldados. Em Kiev, cresce a percepção de que a guerra caminha para um desfecho desfavorável, o que aumenta a pressão por uma saída negociada.

Paralelamente, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também conversou por telefone com Vladimir Putin no sábado, por cerca de 40 minutos. Segundo o Palácio do Planalto, os dois discutiram a guerra na Ucrânia e o cenário geopolítico internacional. A conversa faz parte da estratégia do Brasil de articular com os demais países do Brics uma resposta conjunta às tensões comerciais globais, agravadas pela política tarifária de Trump.

Diretriz secreta contra cartéis
Em outra frente sensível, o jornal The New York Times revelou neste fim de semana que Donald Trump assinou, de forma confidencial, uma diretriz que autoriza o Pentágono a usar força militar contra cartéis de drogas latino-americanos. A medida, que ainda não foi tornada pública oficialmente, classifica grupos como o Cartel de Los Soles, da Venezuela, como organizações terroristas, o que cria a base legal para ações armadas diretas — tanto marítimas quanto em solo estrangeiro.

A diretriz levanta preocupações legais e diplomáticas, sobretudo quanto ao uso de força letal fora de conflitos armados aprovados pelo Congresso. Juristas ouvidos pela imprensa americana alertam para o risco de que a operação seja interpretada como assassinato extrajudicial, especialmente se civis forem mortos em ações onde não haja ameaça iminente.

Com essas frentes abertas — da mediação de uma guerra europeia ao potencial uso de força militar na América Latina —, Trump sinaliza uma nova etapa em sua política externa, marcada por pragmatismo agressivo e pela disposição de atuar à margem das formas diplomáticas tradicionais.

A movimentação acontece enquanto o cenário internacional se torna cada vez mais volátil, e líderes mundiais buscam alternativas para conflitos prolongados, tanto militares quanto comerciais.

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