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Quem frequentou o antigo estádio da Fonte Nova guarda na memória não só os grandes jogos, mas também os personagens e tradições que marcaram época. Na última quarta-feira (9), durante a vitória do Bahia por 2×1 sobre o Fortaleza pela Copa do Nordeste, o reencontro com a Arena Fonte Nova reacendeu lembranças de tempos em que o futebol era vivido de forma mais simples — e, para muitos, mais autêntica.

Mesmo com o jogo marcado para as 21h30, cerca de 31 mil torcedores estiveram presentes, incluindo nomes conhecidos como o cantor Ricardo Chaves, acompanhado do filho Rafael, no Camarote do Shopping da Bahia. Em meio à conversa, veio a lembrança da famosa Kombi do Reggae, símbolo da velha Fonte Nova nos anos 1980 e 1990. Estacionada em frente ao Dique do Tororó, o veículo animava os torcedores com churrasquinho, cerveja gelada e o som de Bob Marley e Jimmy Cliff. Um verdadeiro pré-jogo que já era festa por si só.

Outro marco daquele tempo era o xaréu, quando os portões do estádio eram abertos nos últimos 10 minutos da partida. Era a chance de os torcedores sem ingresso entrarem gratuitamente e verem o final do jogo. Para muitos, esse gesto simbolizava uma época em que o futebol era mais popular e acessível.

Na antiga Fonte Nova, a convivência entre torcedores rivais era marcada pela resenha e pela camaradagem, sem o nível de violência presente atualmente. O estádio funcionava como um templo popular onde as diferenças se dissolviam no amor pelo futebol.

Com a demolição da velha estrutura e a construção da moderna Arena Fonte Nova para a Copa do Mundo de 2014, muitas dessas tradições se perderam. A Kombi do Reggae sobrevive, agora em outro ponto nas redondezas, sem o mesmo glamour, mas com o mesmo carinho dos torcedores mais antigos. O xaréu, por sua vez, virou história. Em 2020, o Bahia homenageou a Kombi e seu dono, João Carlos dos Santos, o Côco, com uma camisa especial — um gesto simbólico de reconhecimento a uma época que segue viva no coração dos apaixonados pelo clube e pela cultura do futebol baiano.

“Quem curtiu, curtiu. Quem não, só ouve as histórias. A vida é assim. Novos tempos, novos costumes”, como resume o próprio texto da memória que resistirá ao tempo.

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